Detalhe de “A destruição do Leviatã”, gravura de Gustave Doré.| Foto: Wikimedia Commons
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Uma das mais intrigantes observações de Patrick Deenen em Why Liberalism Failed (2018) é a tese de que Thomas Hobbes, em O Leviatã, não oferece primariamente uma descrição da sociedade, mas um desastroso programa. Um programa “civilizatório” cujo fim seria a barbárie. Se Agostinho fosse vivo, ele diria que em Hobbes temos a planta, o blueprint da Civitas Mundi.

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A arquitetura da Cidade dos Homens

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Hobbes, como se sabe, assume um forte dualismo entre as coisas da “Natureza” e as coisas “artificiais”. Sobre as ruínas da dualidade de Natureza e Graça ele erigiu outro sistema de dois andares, o da Natureza versus “Arte” e Política, no que viria a se tornar o dualismo de Natureza e História, Natureza e Liberdade, e as “Duas Culturas” irreconciliáveis da academia moderna.

Haveria na Natureza os animais vivos, e imitando a Natureza o homem cria seus animais artificiais, com sua vida artificial. Dessa Arte dos homens procederia “aquele grande Leviatã a que se chama Estado, ou Cidade, que não é senão um homem artificial”.

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E o ato de criação, o fiat desse homem artificial seria nada menos que o Contrato Social, um arranjo de interesses motivado pelo medo; “o homem é o lobo do homem”, dizia Hobbes. No estado de natureza, cada um teria o direito à plena liberdade – liberdade compreendida como arbítrio e ausência de limitações, o que constitui per se uma doutrina problemática – e tal liberdade de direito colocaria todos contra todos. A guerra total e original.

Mas no Contrato Social todos os homens se entregam ao Leviatã, cuja cabeça é o Rei e cuja alma é a Soberania do Estado, a sua liberdade original e seu Ius Gladii. Assim nasce a ordem social, estabelecida nos termos e na lógica de um contrato cuja base é o arbítrio, a motivação é o medo, e o fim é o controle social.

No mundo real, os laços humanos e suas regras de comportamento e de negociação nascem daquilo que não é nem indivíduo nem Estado

É certo que há algo muito verdadeiro no pessimismo hobbesiano; todos conhecem a história de Caim. Mas há também algo de muito falso, pois Abel não é só outro Caim. O pensador ignorou, para todos os efeitos, a significância e primado da prossocialidade, da capacidade de ascender sobre o egoísmo e de articulação simbiótica que os seres humanos têm – fato que tem sido comprovado de muitas maneiras nas ciências humanas modernas, como é o caso, por exemplo, da psicologia moral evolutiva, concordando nisso com a antropologia teológica cristã.

Em Hobbes, o autointeresse é absoluto e os seres humanos seriam criaturas originalmente não relacionais, atomizadas e mutuamente alienadas, sendo a sua articulação social algo não natural, a posteriori, artificial, “feito”, podendo ser demolido e refeito com base no autointeresse e na lógica arquitetônica do Estado.

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E aqui temos, então, a Equação Hobbesiana: indivíduos autônomos em guerra para maximizar sua liberdade, e o Estado Soberano como administrador do conflito. Esse quadro nasceu, como qualquer um poderá constatar, do pavor e do trauma das guerras da religião na Europa.

O erro de Hobbes

Por difícil que seja, é preciso reconhecer, a despeito do gênio e da influência do nosso pensador, que sua análise é um atentado contra a realidade e contra o ser humano. Pois evidentemente nunca houve tal indivíduo autônomo, nem foi a ordem social fundada num contrato.

No mundo real, muito mais real do que o pavor e o trauma da guerra, a “convivialidade” (Polanyi), os laços humanos e suas regras de comportamento e de negociação nascem daquilo que não é nem indivíduo nem Estado: seus empreendimentos comuns, caçando juntos, plantando e colhendo juntos, comunicando-se e contando histórias, cuidando de suas crianças e vestindo-as, dançando, comendo e bebendo juntos, e declamando poesias; e através de milênios cultivando essas coisas, até que tivéssemos as artes, as ciências, a música e a literatura, o cafezinho com broa de fubá e nossos jardins, e danças, e escolas, e orquestras, e livros, e Bach, e os amigos, e todas as coisas que fazem a vida valer a pena.

Dirá você, honestamente, que todas elas nasceram do egoísmo? Dirá você essas coisas à sua filha de 12 anos? Que você e ela são apenas lobos, e que tudo o que ela ama é a obra de lobos?

Não, essas coisas não nascem de “escolhas” e “contratos” entre indivíduos autônomos em permanente atrito. Certamente envolvem muitas escolhas, mas não nascem assim; elas nos ocorrem como dádivas. São maiores que nós, como oceanos de sentido nos quais aprendemos a nadar antes de sermos capazes de enxergá-los, e mesmo que jamais o sejamos. Como observa Roel Kuiper, “o envolvimento de amor para com o outro poderia ser denominado de a qualidade central do homem”. Não somos basicamente lobos, e nosso pai não é, como dizia Heráclito, Polemos, a Guerra.

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Mas de onde veio o erro hobbesiano? Vale citarmos Roel Kuiper aqui:

“De onde veio essa preferência pela sociedade como contrato? (...) Tanto Hobbes quanto Locke partem de uma sociedade em que as pessoas não confiam mais umas nas outras. Essa constatação tem tudo a ver com as experiências durante as guerras civis do século 17 na Inglaterra. Numa situação em que os cidadãos estão profundamente divididos e a confiança social é insuficiente, uma relação contratual é suficiente para criar uma ordem social. Por meio do contrato, tenta-se criar uma nova situação, uma situação de confiança institucional para compensar a perda de confiança social.” (Capital Moral, 2018).

Atingindo suficiente temperatura e pressão, o medo disparou a alquimia mental na qual aquele sóbrio reconhecimento do mundo humano como refinado composto de ordem criada e liberdade humana, e acima de tudo como resposta imperfeita ao gesto divino originante, veio a dissolver-se. Em seu lugar emergiu essa suspeita cínica da sociedade como mero maquinismo de dominação, autômato, lugar vazio de coisas divinas, produto ex nihilo de puro arbítrio humano, existente para ser desfeito. Essa visão doente viria a ser chamada de “consciência histórica”, e os cínicos, de “revolucionários”.

Mesmo que sejamos muito caridosos com os criadores da Nova Ciência da Política, reconhecendo suas boas intenções, já não podemos negar o desastre que eles iniciaram. Pois ao propor a possibilidade de construir a ordem social sobre essas bases, estabeleceram uma tensão com o conjunto da rede de relações comunitárias de caráter pactual e não contratual, como o casamento, os vínculos naturais, como a família, os laços baseados no compromisso com bens comuns e no respeito, como associações de religião, de arte, de educação e de filantropia; e tudo aquilo que não é estabelecido com o propósito de garantir-se contra o outro.

A equação de Hobbes estava errada, porque não incluía, entre o Estado e o indivíduo, a coisa real, a sociedade verdadeira, que não é nem natural nem artificial: a comunidade e a soberania do bem.

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O programa da barbárie

Hora de voltarmos a Patrick Deenen. Ele observa que em tempos hobbesianos a visão antiga da liberdade como capacidade de conquistar desejos hedonistas para se autogovernar, em nome de fins superiores e do bem – ou seja, a capacidade da virtude como fundação da Cidade – foi substituída pela liberdade como arbítrio e ausência de limitação. A liberdade foi abstraída, arrancada de seu solo natural, que é a vida comunitária com seus limites, seus fins e propósitos, e sua beleza e seus deveres.

É claro que tal ente, buscando maximizar o arbítrio para estender ao máximo seu espaço e controle e de consumo, é um perigo social. Mais que um lobo, pode facilmente tornar-se um demônio. É o Estado, então, quem nos salvará uns dos outros. E a lógica de sua atividade será sempre a mesma: Como permitir que os homens sejam tão hedonistas quanto puderem, sem se matarem?

A equação de Hobbes estava errada, porque não incluía, entre o Estado e o indivíduo, a coisa real, a sociedade verdadeira

Aí está a matriz de toda a engenharia social moderna, de Hobbes a Judith Butler. Claro, todos falando sempre em nome da Paz Perpétua e, hoje, dos direitos humanos; sempre com o propósito de legitimar todo e qualquer estilo de vida que expresse o seu verdadeiro self, independentemente do mérito das coisas, daquilo que é realmente o bem. “Afinal”, nos dirão, “quem sabe o que é o bem?” Mas é fácil encontrar a concepção de bem que alguém sustenta, mesmo que o negue até a morte. E ela estará ali, onde doer quando você apertar. Um exemplo recente é o chilique da mídia com a “abstinência sexual”.

O caso é que, ao iniciar o longuíssimo processo de reorganizar o Estado como esse Leviatã, ainda que com modificações parciais em Locke e Rousseau, a mente moderna manteve-se pendularmente entre o reforço à soberania do indivíduo e a soberania do Estado, ignorando todas as outras soberanias, que juntas compõem a sociedade civil. E o resultado de séculos de legislação e de formação moral tem sido a implementação da equação hobbesiana. Os homens foram ensinados a ser lobos, e os governos foram ensinados a serem... o Leviatã.

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O imaginário “estado de natureza” torna-se uma realidade através de nossa educação liberal, de nossas práticas sexuais, econômicas e sociais, de modo que a “predação” é a regra. E à medida em que a predação se generaliza, o Estado precisa intervir; as desregulamentações morais precisam ser compensadas com a politização, judicialização e securitização de todas as relações e de todos os bens.

A tão celebrada “consciência histórica”, a crítica arqueológica das “estruturas de dominação”, que tanto orgulho trazem ao jovem universitário, parecem esconder dele que seu fabuloso estilo mental o torna mero vetor de propagação desse programa moderno. Seu cinismo não é uma iluminada “descoberta” de que a sociedade seria meramente um sistema de ilusões e de dominação, mas o vírus e o vício mental necessário para que ele desconstrua a sociedade em nome de alguma utopia abstrata. Isso é ideologia e falsa consciência: na intenção, querem um Éden; na realidade, derrubam árvores. E assim os intelectuais modernos tornam-se bots vivos, efetivando não suas Utopias, mas a seca e áspera equação hobbesiana.

O imaginário “estado de natureza” torna-se uma realidade através de nossa educação liberal, de nossas práticas sexuais, econômicas e sociais, de modo que a “predação” é a regra

Essa é a nossa sociedade, feita de indivíduos “emancipados” e de um Estado cada vez mais controlador. Não é um curioso paradoxo? Que na medida em que as liberdades individuais se expandam, o Estado torne-se também cada vez mais presente para garantir a felicidade e inibir a “violência” real ou imaginária? Que a licenciosidade cada vez mais extrema conviva com panopticons cada vez mais detalhistas e controladores?

Para esse indivíduo em busca da utopia emancipatória, com seu self inflamado e ultrassensibilizado, os sistemas de valor e os compromissos comunitários parecem meros sistemas de opressão e inimigos de sua autenticidade. Nessa perspectiva, o Estado torna-se o seu melhor amigo e libertador. É assim, por exemplo, com o moderno movimento dos direitos humanos; seu maior pavor é a soberania dos Estados, e sua estratégia principal, empregar a soberania dos Estados contra as violações de direitos humanos. É como contratar Satanás para vigiar os demônios. Ele certamente fará um excelente trabalho.

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E assim, regras feitas para proteger indivíduos com seus estilos de vida individuais são impostas sobre instituições e práticas de saúde, de educação, de ciência, de religião, e mesmo sobre a família, para garantir que esses indivíduos possam agir da forma mais “livre” e “autônoma” que puderem, mesmo que isso empobreça as tradições, práticas sociais e virtudes que essas instituições estabeleceram, não para dominar e excluir, mas para cultivar e preservar seus bens internos. Com esse procedimento, essas instituições e comunidades são desnaturadas e fragmentadas, perdendo sua soberania interna.

Quanto aos dois grandes polos da equação liberal, nada indica que tenhamos alcançado um estado de equilíbrio; ao liberalismo seguiram-se o socialismo, o fascismo e os Estados genocidas e democidas na primeira metade do século 20; depois, a onda liberal-individualista na segunda metade do mesmo século, e agora a ressaca neossoberanista. A dança da morte segue animada.

Duas indústrias, dois esvaziamentos

O “homem psicológico”, em luta incansável contra as limitações e tabus sociais, tutelado por um Estado terapêutico que, de bom grado, admite enfraquecer todas as outras autoridades – pais e mães, autoridades religiosas, científicas, comunitárias e tradicionais – para ser a grande Mãe de todos, jamais se satisfará com menos que a perfeita felicidade terrena. E ela custa cada vez mais caro.

É por isso que duas indústrias se tornaram tão poderosas: a indústria da revolução dos costumes, e a indústria do consumo. Elas se pertencem, comendo a vida humana por dentro e por fora.

A mente moderna busca o máximo de autonomia e o máximo de controle, e para isso precisa derrubar florestas. As florestas internas são valores que incorporamos em comunidade; as externas são, literalmente, florestas – os recursos do planeta.

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O liberalismo progressista-terapêutico é extremamente convincente, ainda que contraditório; promove a conservação ambiental, mas não pode de fato desacelerar o consumo e o entretenimento, porque depende dele para sobreviver; promove a revolução social e a emancipação humana por meio da licenciosidade moral e do enfraquecimento de comunidades e tradições, mas torna-se cada vez mais coercitivo contra qualquer questionamento de estilos de vida e moralidades liberais.

Ou seja: parece libertar, mas prende; quer cuidar, mas consome. O resultado disso é “o esvaziamento do autocontrole moral e o esvaziamento dos recursos materiais”, na expressão de Patrick Deenen.

Como já disse Gilles Lipovetsky, “narciso libertado é narciso acorrentado”. Na raiz da barbárie está aquela falsa concepção de liberdade que mencionamos, tacitamente assumida pelos modernos como a chave da felicidade e do paraíso, e tornada em programa de engenharia social pela Nova Ciência da Política. Uma doutrina contraditória da liberdade só poderia desembocar em um sistema civilizatório irracional. E é por isso que, para seus adeptos, toda resistência é classificada como “retrocesso” e “reação”.

O cristianismo e a equação hobbesiana

Entregue a Hobbes e a seus herdeiros, o Ocidente entrará em colapso. As duas indústrias vão destruí-lo, e não a bomba atômica.

Mas não é certo que isso acontecerá; pois a imagem pintada por mim é, em parte, uma caricatura tenebrosa. O fato é que a presença cristã – não apenas cristã, mas de uma série de forças pré-modernas, antimodernas e paramodernas tem impedido que a equação hobbesiana seja plenamente implementada numa reductio ad absurdum histórica.

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O povo continua de pé contra Thomas Hobbes.

A máxima atomização e a máxima estatização têm sido refreadas pela própria natureza humana, que mantém a prossocialidade e os sentimentos morais voltados para a comunidade, para bens e para virtudes. E para institutos imemoriais que resistem à racionalidade moderna e tampouco têm sido abandonados, como a família e a religião.

O povo continua de pé contra Thomas Hobbes, e o Brasil é um caso exemplar disso

Não é preciso dizer que o Brasil é um caso exemplar desses processos. Tanto, por um lado, de um projeto nacional tipicamente moderno, pilotado primeiramente pelo laicismo positivista e depois pela esquerda marxista, que lentamente se metamorfoseou em uma variedade local de liberalismo terapêutico. Essa elite pilotava o país com pouca resistência significativa no âmbito decisório, até que a religião cristã se revelou de repente uma “pedra no meio do caminho”. A verdade é que a base judaico-cristã mantém os tijolos do país no lugar, e ao mesmo tempo bloqueia as irracionalidades da mente moderna de modo similar ao que Michael Polanyi viu no mundo anglo-americano, em comparação com a Europa continental, durante a primeira metade do século 20.

Penso que, na hora presente, as comunidades religiosas e os cristãos, em particular – não só pelo seu número, mas por seu protagonismo histórico no Ocidente – têm a missão e a tarefa de amarrar firmemente o indivíduo e o Estado em uma grande estaca. A estaca de uma ética de responsabilidade comunitária. É preciso domar homens e Estados, para que não se convertam em lobos e Leviatãs.

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A força que os cristãos têm hoje, no Brasil, não deveria ser empregada para validar quaisquer projetos, sejam eles de esquerda ou direita, que legitimem a equação hobbesiana. É preciso buscar alternativas fiéis ao que a nossa tradição representa, e pacificar a sociedade moderando suas irracionalidades.

Há uma variedade de formas de fazê-lo; as comunidades religiosas não precisam necessariamente, por exemplo, se envolver diretamente com política. Basta que sejam elas mesmas, vibrantes, alegres, fraternas, cuidadoras dos pobres e reconciliadoras da comunidade, e que se multipliquem. Basta que façam os homens e mulheres olharem para cima, e isso ajudará a manter Hobbes na jaula.

A força dos cristãos não deveria ser empregada para validar quaisquer projetos, sejam eles de esquerda ou direita, que legitimem a equação hobbesiana

O mais importante ato político que se pode realizar hoje é plantar uma comunidade cristã na qual a coisa mais importante não seja nem a felicidade individual, nem a política, mas simplesmente Deus e o próximo.

Mas, para os vocacionados à ação política, há mais a fazer: fortalecer a família, a sociedade civil, a liberdade de religião ou crença, os movimentos de conservação ambiental, o cuidado de comunidades marginalizadas. Sim: uma ética integralmente pró-vida e pró-comunidade. Transformar isso em um programa positivo e factível para o país é uma urgência e um dever; especialmente diante do presente esgotamento dos projetos nacionais modernos. Não temos de “solucionar” a equação hobbesiana, porque ela não tem solução; é uma armadilha criada pelo medo. Sugiro uma questão muito mais interessante: enquanto moderamos a insanidade moderna para evitar o caos absoluto, como podemos, sem espírito “restauracionista”, construir uma alternativa pós-laicista e pós-liberal?

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