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Guilherme Fiuza

Guilherme Fiuza

Antifafeiquinius

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A CPI das Fake News é um movimento reacionário contra a liberdade de expressão. Nasceu para tentar sufocar a consciência democrática que brotou da internet e das redes sociais. Finge combater o Gabinete do Ódio, uma entidade imaginária criada por mentes decrépitas e frustradas interessadas em sobreviver de um fetiche chamado antibolsonarismo – algo mais estúpido e indigente do que um bolsonarismo, real ou fantasioso, jamais conseguiria ser.

Irmã gêmea de um inquérito obscuro criado pelo STF, a CPI das Fake News é só uma das pontas aparentes de um fenômeno de mendicância intelectual e moral. O que fazer se você é inseguro das suas virtudes? Simples: aponte o dedo para alguém. Acuse. Ou simplesmente formule um estigma voador e saia atirando nele com sua bateria antiaérea de plástico. Pou-pou-pou. Depois faz sinal de arminha para sua claque. Você é um antifa digital – designação moderna para o que antigamente se chamava alma penada.

Bolsonaro, Bolsonaros e bolsonarismos vão passar, mas a praga do antibolsonarismo masturbatório não tem cura. Todas essas almas penadas que encontraram uma razão de viver brandindo suas arminhas pou-pou-pou contra os seus próprios fetiches fascistoides ficarão penando para sempre – boiando na sua piscina seca de virtudes virtuais. Vocês são a apoteose do autoengano.

Governos são ruins – porque cumprem a missão de alcançar expectativas inalcançáveis. São os eternos derrotados pela utopia do bem comum. Mas pior do que os governos são os governados que os usam para explicar seus próprios fracassos. Que descobriram a magia idiota de culpar um ente superior por tudo aquilo que não conseguem ser. Nesse processo de neurose anestésica, quanto pior você conseguir dizer que o seu senhor é, melhor você se sentirá – desde que não seja obrigado ao cruel ritual de se olhar no espelho.

Liberto desse perigo, o que vier é lucro – e quanto mais escroto for o seu senhor, mais belo será você. Pou-pou-pou!

A rigor, não interessa propriamente quem é o seu senhor. Interessa o quanto você pode caricaturá-lo. Como fazer se você está livre, absolutamente livre, mas é um escravo mental e precisa justificar a sua claudicante existência? Fácil: acuse o seu senhor de aprisioná-lo. Ninguém verá as amarras – que não existem – mas se você for eficiente na simulação de um senhor escravocrata poderá até conquistar a condição de vítima por dedução.

Seus pares, que estão na mesma miséria espiritual que você, chegarão a ter quase certeza de estar enxergando as amarras que te impedem de desenvolver a capacidade que você não tem. E vão sair por aí jurando – com o alívio caudaloso de todo covarde remediado – ter visto as amarras imaginárias que te impedem de se tornar o ser que você não é.

A vida de um idiota é a explicação suficiente que ele pode dar ao idiota mais próximo – dando graças aos céus pelo fato de que saciar a idiotice é como transbordar uma casca de noz. É nóis. Pou-pou-pou.

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