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Guilherme Fiuza

Guilherme Fiuza

Lula, o pré-datado

FHC e Lula
FHC e Lula almoçaram juntos na casa do ex-ministro Nelson Jobim. (Foto: Reprodução/ Twitter)

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Duas coisas não podem ser auditáveis de jeito nenhum no Brasil: voto e pesquisa eleitoral. Se começa essa mania de auditar tudo vai estragar esse movimento bonito da volta do bom ladrão.

As pesquisas estão em festa. Lula está disparado no coração do povo que ele roubou, traiu e humilhou – porque todo mundo sabe que brasileiro é masoquista e acha que vale a pena ver de novo a cara da desgraça. A maior recessão da história até a pandemia foi provocada por um coquetel sublime de demagogia populista, incompetência e ladroagem – mas a elite perfumada que faz as pesquisas eleitorais (e interpreta a vontade do povo) acha que foi pouco. Trauma é só para quem perde o emprego e a certeza de que vai comer amanhã.

Ninguém está aqui para perder tempo com esses traumatizados – que não percebem a beleza do reencontro entre FHC e Lula, numa espécie de lavanderia sociológica de reputação. A elite perfumada e de ótimos modos já se vacinou contra o remorso. Pra frente é que se olha. E o que os olhos não veem o coração não sente – nem facada nas costas da população. Num ato único e límpido, FHC assinou embaixo do maior assalto da história. Na foto com o bom ladrão ele estava de máscara, porque mostrar a cara numa hora dessas também já seria demais.

Lula tem 800% das intenções de voto e se as eleições fossem hoje as urnas iriam explodir de tanto amor. É por isso que o companheiro Barroso não quer o voto auditável. Vai dar muito trabalho para contar quase 1 bilhão de votos. Melhor deixar quieto.

O homem de 1 bilhão de votos não pode sair na rua. Não é que ele tenha medo de ovos e tomates. É empatia. Os princípios de segurança sanitária são claros: se você roubou o povo e todo mundo viu, fique em casa.

O certo seria fique na jaula. Mas isso é para quem não tem os amigos certos. Tá aí outra virtude do Lula que o faz disparar nas pesquisas: é bem relacionado. Mas não fique achando que isso é uma referência àquela turma braba dele – Bumlai, Vaccari, Delúbio, Cerveró, Duque, Erenice, Rosemary, Gedimar, Valdebran, Valdomiro, Valério, Suassuna, Odebrecht, O da Brecha, O da Broca, O da Truta, O da Mala, O do Dóla, O do Euro e grande elenco. Acabou isso.

O sucesso de Lula em todas as pesquisas se deve às suas novas relações – e a foto histórica com FHC mostra que ele mudou de turma. Esquece política. FHC aí é só um outdoor – a lavagem sociológica, como já referido. A turma nova do Lula nem é do Lula. Ele é que é o despachante dela. Os críticos distraídos estão aí enguiçados no repúdio aos “vermelhos”, aos “esquerdistas”, aos “petistas”, etc. Bobos! Crianças de colo! Lula hoje é a cartada do clube dos ricos. Esses que estão aí quebrando as pernas da democracia mundo afora com cara de éticos, empáticos e toda essa cartilha imunda de falsas virtudes.

Esquece cartel de empreiteiros e selvageria associada. Os ex-sócios de Lula são mendigos perto dos impecáveis androides do clube da felicidade 2030 – com seus nerds bilionários e seus prepostos do capitalismo pirata chinês.

Lula vem aí para quebrar as pernas da democracia. Não é mais líder de nada. É o preposto. Claro que milhões de pessoas nas ruas num Primeiro de Maio pedindo eleições limpas e voto auditável não apareceram nas páginas e nas telas dos veículos que mostram Lula eleito. Eles têm a notícia pré-datada. Inauditável.

A dúvida é se o Brasil vai se deixar embrulhar para presente.

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