Um país sério precisa ter instituições sólidas. A
outra questão é o que se percebe como instituição. A julgar pela predominância
do noticiário nacional ultimamente, listamos aqui quais são hoje os pilares da institucionalidade
brasileira:
CARREGANDO :)
Renan
Calheiros lutando em defesa da vida e da ética;
Omar
Aziz dando aula prática de intimidação ao vivo para mostrar ao estado de
direito o que é bom pra tosse;
Randolfe
Rodrigues mostrando que a principal função de um senador soprano é tentar
prender alguém no grito (e que grito);
O
presidente do Instituto Butantã exibindo afinada sintonia com as cobras;
Mandetta
matando saudades dos holofotes para repetir suas diretrizes emergenciais contra
a pandemia: jogar sinuca, cantar e cantar e cantar, se jogar na muvuca sem
máscara e ser feliz;
Barroso
lutando contra o voto auditável em 2022 porque esse negócio de auditar é
complicado e pode dar confusão, melhor não auditar nada e torcer para que tudo
corra bem;
Barroso
dando aula sobre combate à corrupção enquanto vota pela anulação da condenação
do maior ladrão do país, o novo candidato ficha limpa emergindo cheiroso da
lavanderia;
Fachin
ensinando à polícia do Rio de Janeiro que esse negócio de subir morro para
combater o tráfico é muito perigoso, melhor deixar a favela se virar sozinha;
Dória
ensinando que na vida não há nada que dure para sempre, a não ser loquidau e
cara de pau;
Ciro
Gomes, também conhecido como Xingo Nomes, sendo transformado em doce de coco
pelo marqueteiro do Lula – que foi cúmplice do maior assalto da história e está
solto para ajudar mais um candidato ao vidão que a política nacional pode
proporcionar aos malandros enquanto houver otário para acreditar em revolução
de butique;
STF
dando cavalo de pau e decidindo que agora a delação de Sergio Cabral não vale
mais, porque ele acusa Dias Toffoli de ter sido comprado por 1 milhão de reais
para livrar do impeachment uma prefeita do interior do RJ – e vai que a
investigação consegue provar isso. Melhor parar por aqui;
Alexandre
de Moraes sumido momentaneamente das manchetes porque a cota de heroísmo
nacional instantâneo está preenchida por Renan Calheiros;
FHC
apoiando Lula, jogando às favas os escrúpulos de consciência (remember 1968) e
caindo no colo da burguesia intelectual decadente que bota fé em picaretagem
aveludada e acha que ninguém está vendo porque a imprensa marrom diz que está
tudo bem;
Amantes
da dicotomia burra dizendo que era tudo um plano de revezamento entre FHC e
Lula para manter “a esquerda” no poder (rsrs). Esses aí faltaram dez anos de
aula quando foi feito o Plano Real e a maior reforma liberal da história do
país que Lula tentou dinamitar gritando contra “o neoliberalismo”, “a direita”,
etc;
Enquanto
o Brasil não souber distinguir o que é bom do que é ruim, continuará achando
que é um país sendo só um álbum de figurinhas.