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Guilherme Fiuza

Guilherme Fiuza

Sergio Moro

O boneco do ex-juiz

(Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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Sergio Moro foi vaiado num aeroporto na Paraíba. Ele disse que acha que eram pessoas pagas para vaiá-lo. Não é que Sergio Moro ache que não existam motivos para que ele seja vaiado. Sergio Moro não acha nada. Ele repete o que os seus (péssimos) marqueteiros mandam dizer. É um boneco.

E um boneco sem graça. Existem bonecos engraçadinhos. Esse aí foi feito de forma caprichada para não expressar nada. E olhem que isso é difícil para alguém que botou na cadeia o maior ladrão do país. Mas aí é que está: o boneco não está nem aí para o ladrão. Ele será seu concorrente na eleição, e não se ouve uma palavra firme do ex-juiz sobre o escândalo da reabilitação do seu principal réu – um corrupto condenado que está à solta porque tem os amigos certos.

O boneco só repete gemidos contra o governo. Seus geniais marqueteiros devem ter-lhe dado a instrução matadora: se você quer ser presidente, tem que dinamitar o atual presidente. Esses estrategistas modernos sabem tudo. O problema é que para dinamitar é preciso dinamite. Não se tem notícia na história de alguém ou algo que tenha sido dinamitado com um peteleco. Ou com postagens descoladas no Twitter. Moro virou uma espécie de Haddad. A diferença básica é que Haddad é mais bonitinho.

Teoricamente, um boneco deveria ser mais expressivo que um poste. Mas a realidade gosta de zombar das teorias – e aí está a zombaria: um boneco todo vestidinho de terceira via consegue ser menos expressivo que um poste sem luz, construído por um criminoso dentro de uma cadeia.

Seria importante um bom candidato de oposição a Bolsonaro. Um que soubesse escolher ministro da Saúde, por exemplo. E que compreendesse o que há de positivo na agenda macroeconômica atual, para aprimorá-la. Esse ser infelizmente não deu as caras (ainda) no cenário político brasileiro. O que chega mais perto disso talvez seja o governador de Minas Gerais, menos pelo que faz do que pelo que não faz – sabotar de forma primária o governo federal 24 horas por dia, expediente central da maioria dos seus colegas.

De qualquer forma, Romeu Zema é um dos raros personagens dessa cena atual que merece observação. É novato e um pouco tacanho na postura, mas já mostrou certo pragmatismo administrativo e a mínima coragem para não ceder à vida fácil de se aninhar no colo da imprensa conspiradora. Não é pouco (na seca atual). Fora isso, só mobília velha, mesmo aquelas que acabaram de sair da loja. Já vieram cheias de cupim. E Sergio Moro não dá nem para a saída.

Parece que no aeroporto ele foi chamado de traidor. Aí mandaram o pobre ex-juiz, perdidinho da Silva na política, dizer que era claque de aluguel do Bolsonaro. Quanto mais Sergio Moro cascateia desse jeito pueril, mais será considerado traidor – e não necessariamente por bolsonaristas. Quanto mais repete barbaridades que seus grilos falantes (e não pensantes) lhe sopram, tipo tentar culpar a equipe de Paulo Guedes pela inflação mundial da pandemia, mais Sergio Moro trai a si mesmo aos olhos dos que o consideravam um símbolo de justiça e retidão.

Símbolo de justiça e retidão não faz esse papelão. O candidato que está aí é o ex-Sergio Moro. E ao tentar culpar Bolsonaro pela reabilitação de Lula ele revela toda sua covardia diante do STF, o real agente da ressurreição política do ladrão, numa manobra de casuísmo que aquele juiz da Lava Jato entenderia muito bem. “O crime não compensa” não está entre as frases prontas que deram para o boneco matraquear.

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