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Guilherme Fiuza

Guilherme Fiuza

O feriadão da ciência

(Foto: Pixabay)

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Vamos mandar uma mensagem rápida ao passado. Ao passado recente, ali por volta de março de 2020. Só pra dizer a você aí de março de 2020 que aqui em janeiro de 2021 os malucos continuam decretando lockdown.

Não, não é brincadeira. Inglaterra, Alemanha, São Paulo... Se está dando certo? Adivinha. Se eles mostraram como funciona? Claro que não, bobo. Fique em casa senão você é um negacionista genocida e fim de papo. Sim, as áreas mais trancadas são as que têm mais óbitos (Bélgica, Argentina, Inglaterra...).

Não, não demonstraram nunca a barreira ao contágio supostamente erguida pela quarentena. Não, jamais propuseram uma política sanitária focada nos grupos de risco. O negócio é prender todo mundo.

Aí você pergunta, do seu mirante no já distante março de 2020: e os médicos? Respondemos aqui de 2021: o que tem os médicos? Você explica: estou perguntando pela medicina! Não há uma refutação acadêmica a esse instrumento bizarro (lockdown) fantasiado de certeza científica?

Não, querido antecessor. Não há refutação – pelo menos não em caráter institucional. Alguns falam isoladamente. O que há, de forma quase generalizada na classe médica, é uma complacência intrigante com a ideia de que vacinas desenvolvidas em seis meses sem tempo para verificar as reações orgânicas a médio prazo, especialmente nos mais vulneráveis, são a salvação da humanidade.

Se mais de 90% da população não correm riscos letais e os grupos mais vulneráveis são conhecidos, por que vacinar a população inteira, ainda mais de forma experimental? Resposta: para de fazer pergunta difícil. Entre num consultório médico e tente entender o que está acontecendo.

– Bom dia, doutor.
– Bom dia.
– Como vai?
– Vou bem, obrigado.
– Que bom.
– Tá quente demais, né?
– Muito, doutor.
– Saudade de esquiar.
– Ah... Imagino.
– Aqui nessa foto sou eu, minha mulher e meus filhos na Suíça.
– Certo.
– Fomos comemorar a conclusão do meu pós-doutorado nessa estação de esqui. Por isso a foto está ao lado do diploma.
– Ah, nem tinha reparado...
– Pois é, não fiz uma reprodução muito grande, pra não chamar atenção.
– Entendo. Então, doutor, a questão é que...
– Eu sei, eu sei. A gente não deve se envergonhar dos nossos feitos. Mas é que sou discreto, sabe? Low profile.
– Claro. Dá pra ver.
– E vou te confessar: eu não sou o melhor esquiador da família, não.
– Jura?
– Juro! Meu garoto mais velho é pentacampeão. Mas o caçula é muito bom também.
– Que bom. Deve ser a genética. Por falar em gene, estou preocupado com...
– Aí você falou tudo: é genética. Porque a minha mulher também esquia muito bem. Reparou no esqui dela na foto? Tínhamos acabado de comprar, presente de aniversário de casamento. Aliás, recebi o meu diploma de pós-doutorado no dia do nosso aniversário de casamento! Foi um dos dias mais felizes da minha vida. Não digo que foi o mais feliz, porque teve outros.
– Que bom, doutor.
– Você também esquia?
– Não, eu...
– Não sabe o que está perdendo. Se quiser posso te indicar um professor.
– Eu...
– O melhor. É meu amigo. Muito ocupado, mas se você disser que fui eu que indiquei ele arranja uma hora pra você.
– Obrigado. Eu vou...
– Eu também vou. Tenho que estar em meia hora sentado na mesa de um Congresso. E antes ainda tenho uma entrevista pra TV.
– Congresso?
– É, vou fazer uma palestra sobre a minha experiência clínica.
– Ok, doutor. Boa sorte. Não esquece o esqui.

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