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Guilherme Macalossi

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Política

A direita deveria ouvir mais Gilberto Kassab

kassab PSD
Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Pouca gente no mundo da política, mesmo no campo jornalístico e científico, tem uma leitura tão arguta e precisa da realidade quanto o presidente do PSD, Gilberto Kassab. Além de ser um dos mais importantes e habilidosos articuladores do poder, também sabe interpretar a movimentação das legendas e traduzir o recado das urnas. E o faz despido de qualquer militância. Convidado pelos veículos de imprensa a opinar sobre o resultado da eleição, Kassab fez apontamentos bastante sólidos sobre as luzes que, a partir daqui, podem ser lançadas para 2026.

Há inequívoca animação do antipetismo com o resultado do 1º turno. E nem poderia ser diferente. Os números mostram que os partidos do Centrão e da direita foram os que mais cresceram. O PT até teve crescimento no número de prefeituras em relação a 2020, mas, no saldo geral, ainda está atrás do decadente PSDB. E é aqui que entra a confusão de parte da direita e sua visão apressada do que pode ocorrer. Atrela diretamente os resultados do PT a Lula e dá de barato que sua eventual reeleição está ameaçada.

A direita, que canta vitória e hoje parece mais encantada por coaches e outras figuras esdrúxulas, ao invés de pregar boicote a Kassab e seu partido deveria é lhe dar ouvidos

A leitura de Kassab sobre Lula e a direita vai no exato oposto. Em entrevista ao jornal O Globo, separa corretamente Lula de seu partido. “O Lula é o Lula, está acima dos partidos de esquerda. Mais do que nunca, ele entenderá a importância das alianças políticas. Ele não se envolveu muito nessa eleição, portanto qualquer desgaste será mais do PT do que dele. Caberá à direita, e ao centro que quer caminhar com esse campo, também definir logo um nome”.

Em minha coluna anterior apontei que “na acomodação das principais forças políticas, o petismo ficou num distante terceiro lugar”, o que ressaltava o que defini como “lulodependencia”. É possível traçar um futuro bastante preocupante para o PT no pós-Lula, mas isso ainda está por vir. A história prova que o desempenho do atual presidente nunca esteve vinculado ao de seu partido. Basta lembrar que após o pior resultado de sua história, na eleição de 2020, Lula venceu a corrida pelo Planalto em 2022.

“Lula não pode ser menosprezado nunca. É um dos motivos para eu achar que o Tarcísio não deveria concorrer à Presidência. Enfrentar o Lula nunca é fácil”, disse Kassab na entrevista ao Globo. A direita, que canta vitória e hoje parece mais encantada por coaches e outras figuras esdrúxulas, ao invés de pregar boicote a Kassab e seu partido deveria é lhe dar ouvidos.

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Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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