Quantos militares de Israel foram mortos no ataque terrorista deflagrado pelo Hamas no sul do país? Os relatos aterradores, alguns inclusive filmados, denotam uma ação que tinha como alvo qualquer judeu que estivesse pelo caminho. Famílias foram assassinadas. Crianças, mulheres, jovens e idosos sequestrados e levados para o interior da Faixa de Gaza, o território palestino em que o grupo instaurou uma ditadura islâmica perversa a partir de 2006. Esse modus operandi só difere dos atentados anteriores pela escala, pelo preparo e pela audácia dos autores. O objetivo do Hamas é o mesmo desde sua fundação: varrer Israel do mapa. Daí o porquê de matarem a esmo.
Do total de vítimas, 260 foram localizadas numa rave do Universo Paralello, evento organizado por brasileiros na kiburtz de Re’im. Dançando e se divertindo num local aberto, os participantes foram alvejados com facilidade. Não havia onde se esconder. Muitos nem sabiam o que estava acontecendo enquanto os terroristas abriam fogo. O local rapidamente se converteu num campo de morte. De certa forma é simbólico, já que o Hamas também quer a abolição de um modo de vida que ele considera impuro e incompatível com sua interpretação religiosa extremista.
Nossos progressistas fazem a genuflexão moral, abandonando suas supostas causas e abraçando um postulado genocida.
Única democracia do Oriente Médio, Israel é uma ilha de civilidade e liberdades públicas numa região dominada por ditaduras militares e autocracias em que os direitos humanos são reiteradamente violados e minorias sociais perseguidas e marginalizadas. O espaço reservado aos gays no Irã, país que serve de mecenas para o Hamas, se restringe a ponta de uma corda esticada do alto de um guindaste. Na Síria, professar a fé cristã equivale a um crime capital. Ser mulher, nesses e em outros países, inclusive nos territórios palestinos, representa uma cidadania de segunda classe em que são praticados como direito dos homens todos os tipos de abusos, inclusive os de natureza sexual.
Essa realidade é conhecida em todo o Ocidente livre, mas é deliberadamente desprezada especificamente pelo campo dito progressista e por muitos de seus representantes de esquerda e extrema-esquerda. Desde a eclosão dos ataques, o que se viu foi uma onda de relativismo moral tentando, algumas vezes subjetivamente e outras vezes escancaradamente, justificar o barbarismo perpetrado pelos terroristas como decorrente de uma mera reação. Os integrantes do Hamas estariam apenas respondendo abusos colonialistas de Israel em nome da justa “causa palestina”. Há alguns que até fazem uma condenação protocolar dos atentados, mas na sequência saem a disparar críticas não contra os terroristas, mas contra Israel. Estes apenas exercitam a pusilanimidade de forma sofisticada.
Luciana Genro, que foi candidata à presidência da República e hoje é deputada estadual pelo PSOL do RS chegou a escrever que “tratar a resistência palestina como terrorismo seria equivalente a tratar da mesma forma o levante dos judeus contra os nazistas em Varsóvia, no ano de 1943”. A um só tempo ela negou que a violência inédita praticada pelo Hamas seja terrorismo e comparou o Estado de Israel ao próprio regime nazista de Hitler. Sua postagem asquerosa, indecente e grotesca legitima o banho de sangue, conferindo-lhe até mesmo um caráter nobilitante. Na sua visão despudorada, os autores das mortes na rave de Ra’im são heróis sociais incompreendidos.
Esse tipo de coisa defendida por sedizentes militantes dos direitos humanos diz menos sobre os terroristas e mais sobre eles mesmos. Se é contra os Estados Unidos, Israel ou qualquer resquício de ocidentalidade, então tudo cabe e tudo é válido, já que se trataria de mera reação. Luciana Genro jamais seria deputada na Faixa de Gaza. Tampouco o PSOL teria oportunidade de fazer a defesa das minorias em um país sob a regra da sharia. Ainda assim, do conforto do mundo livre, nossos progressistas fazem a genuflexão moral, abandonando suas supostas causas e abraçando um postulado genocida em nome de seus dogmas ideológicos.
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