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Guilherme Macalossi

Guilherme Macalossi

Para o Hamas, quanto mais palestinos morrerem, melhor

O Exército israelense tem realizado ataques aéreos em pontos estratégicos usados pelo Hamas em Gaza (Foto: EFE/EPA/MOHAMMED SABER)

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Os dias que estão por vir não serão bonitos. A marcha do exército israelense para dentro da Faixa de Gaza é tão incontornável quanto imprescindível. Afinal, é preciso debelar o Hamas, que tornou a região, habitada por 2,3 milhões de pessoas, num enclave de suas atividades terroristas. O custo humano decorrente tende a ser altíssimo, mesmo com todos os cuidados militares para se evitar a morte de inocentes. E isso se dá pela própria estratégia do grupo, que faz dos palestinos residentes seus sequestrados, usando-os como um formidável escudo humano.

A Faixa de Gaza não é uma região em que se possam distinguir áreas civis de áreas militares. Tampouco o Hamas é um exército, pelo menos não no sentido clássico do termo. É um ajuntamento, uma grei, um bando, um organismo vivo a se infiltrar na sociedade pela via da fé e da interpretação fundamentalista do Alcorão. Estão em toda parte. Nos prédios residenciais, nas escolas, em hospitais e, por baixo de toda a infraestrutura urbana, numa rede de milhares de túneis, que lhe servem de abrigo, de meio de abastecimento e também de locomoção. É nesse labirinto de ruínas e buracos, apinhado de crianças, mulheres e idosos, que os soldados israelenses terão de combater.

O grande obstáculo para formatação de um Estado Palestino autônomo e com fronteiras delimitadas é o Hamas.

Ao longo dos últimos dias, já durante os bombardeios, Israel alertou a população em Gaza que se movesse ao sul, em direção à divisa com o Egito. O comunicado foi distribuído por panfletos aos moradores da região. É parte do esforço de redução de danos. Segundo os números da Organização das Nações Unidas (ONU) cerca de 120 mil pessoas já haviam deixado suas casas até o último dia 9 de outubro. O Hamas, entretanto, quer que todos permaneçam onde estão. É preciso, afinal, que as bombas israelenses caiam em suas cabeças.

“Não haverá migração a partir de Gaza ou da Cisjordânia. Não haverá migração de Gaza para o Egito. Nenhum de nós podemos aceitar isso”, disse Ismail Haniyeh, chefão do grupo. Como um verdadeiro bon vivant do terror, o criminoso vive a milhares de quilômetros de distância, em Doha, a moderna capital do Catar. Além de desfrutar do luxo que seus irmãos palestinos estão privados, ali ele pode exercer sua verdadeira atividade: a de lobista. Circula com desenvoltura na elite árabe juntando recursos para subsidiar as ações violentas levadas a cabo por crianças e jovens convertidos em assassinos cruéis.

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No último final de semana, Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, condenou os atos do Hamas e disse que suas ações não representam os palestinos. Está correto. O Hamas representa os interesses do Irã, país controlado por uma teocracia que tem dois objetivos: obter armas nucleares e promover um holocausto do Século XXI. Haniyeh e os demais jihadistas são apenas seus agentes terceirizados.

O grande obstáculo para formatação de um Estado Palestino autônomo e com fronteiras delimitadas é o Hamas, que, estatutariamente, não reconhece Israel e é contra qualquer tratativa de paz. Se legitima pela violência e depende da beligerância entre os povos para continuar existindo. Não há outro caminho, portanto, que não o da via militar.

O desafio posto a Israel é duplo: eliminar os extremistas e evitar ao máximo baixas de inocentes. Cada vítima em Gaza da guerra imposta pelo grupo terrorista servirá para retroalimentar a propaganda antissemita e arregimentar mais fanáticos para a causa homicida. Para o Hamas, quanto mais palestinos mortos, melhor.

Conteúdo editado por: Jocelaine Santos

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