Em breve, Gleisi Hoffmann deve deixar a presidência do PT. Foi uma das piores dirigentes da legenda, conduzindo-a para um desempenho humilhante nas eleições de 2024. Ideologicamente xiita, sua atuação, no mais das vezes, contribuiu para gerar mais problemas do que soluções ao governo Lula. De tal forma que, numa coluna anterior, após ela atacar a existência da Justiça Eleitoral, a lancei uma campanha para nomeá-la “musa do Bolsonarismo” no lugar de Joice Hasselmann e Carla Zambelli.
A deputada passou os dois primeiros anos do atual governo em pé de guerra com Fernando Haddad. Gleisi esteve entre as principais lideranças do PT a criticar o arcabouço fiscal. Queria, na contramão de qualquer responsabilidade, aumentar ainda mais os gastos públicos, defendendo o que chamou na época de política “contracíclica” e “expansionista”. Em outras palavras: defendia reciclar o fracassado modelo dilmista do “gasto é vida”.
O que Gleisi pretendia ao contar ao mercado sobre as supostas intenções de Galípolo? Contribuiu apenas para minar a credibilidade de um quadro técnico que foi bem aceito
Na última semana, Gleisi foi convidada para uma reunião na sede da XP, uma das maiores corretoras do país. Segundo o site BlogTrends, especializado em mercado financeiro, a petista “comentou sobre o comportamento de Gabriel Galípolo”, indicado por Lula para a presidência do Banco Central em substituição a Roberto Campos Neto.
Desde que foi nomeado como diretor, Galípolo tem votado pela manutenção dos juros junto com o atual presidente da instituição. Uma postura ortodoxa que surpreendeu muitos que esperavam uma posição “flexível” em linha com a de Lula, que tem defendido a queda da Taxa Selic. Gleisi garantiu, entretanto, que tudo não passa de teatro e que Galípolo “enganou o mercado”, deixando a mudança na política monetária para depois que assumir a função no lugar de Campos Neto. O efeito das declarações da presidente do PT fez o dólar disparar.
O que Gleisi pretendia ao contar ao mercado sobre as supostas intenções de Galípolo? Contribuiu apenas para minar a credibilidade de um quadro técnico que foi bem aceito e tem se posicionado com equilíbrio nas funções a que foi designado. Galípolo, aliás, deveria ser o primeiro a desmenti-la, já que ela agiu contra sua reputação.
A petista fez do boicote e do “fogo amigo” contra o governo uma verdadeira especialidade. Não é surpresa, portanto, o legado de fracassos que deixará quando encerrar seu mandato.
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