No meu primeiro comentário para a Gazeta do Povo, intitulado “China e OMS: omissão e incompetência pariram a contaminação de coronavírus” eu apontei os erros brutais desta organização internacional na tentativa de conter uma doença que vem gerando cada vez mais mortes.
É bom lembrar: a Organização Mundial da Saúde (OMS) se baseou em informações oriundas de uma ditadura, a ditadura chinesa. E agora essa análise crítica é compartilhada por nada menos que o governo americano, que anunciou, inclusive, sanções a OMS. Sanções essas que vão ter consequências inclusive no aspecto financeiro.
No último dia 14, o presidente Donald Trump anunciou cortes nos recursos que são passados do governo americano para a OMS.
Donald Trump acusou a OMS de “má gestão” e anunciou o fim do financiamento da entidade. Além disso, também disse que a OMS não foi transparente na condução da pandemia: “A realidade é que a OMS não conseguiu obter, controlar e compartilhar informações adequadamente, de maneira oportuna e transparente”.
Os Estados Unidos são o maior financiador global da entidade (U$ 400 milhões anuais). A reprimenda financeira anunciada por Donald Trump é uma punição em virtude do desempenho claudicante e atrapalhado de um organismo que vem perdendo sua credibilidade sob a gestão do Dr. Tedros Adhanom.
Além de Donald Trump, representantes republicanos, liderados pelo congressista Michael McCaul, do Comitê de Assuntos Exteriores do Congresso, divulgaram uma carta em que pedem ao presidente dos EUA que só volte a pagar os valores para a OMS na medida em que o seu diretor-geral se afaste do cargo. Nas palavras deste grupo de republicanos, “o diretor-geral Tedros fracassou em seu mandato de responder objetivamente à maior crise sanitária no mundo desde a pandemia de HIV”.
Para aprofundar a crise entre os EUA e a OMS, mais recentemente, veio um novo fato à baila: representantes de Taiwan, país que tem relações diplomáticas tumultuadas com a China, acusaram a OMS de negligência ao não ter respondido um e-mail enviado no dia 31 de dezembro de 2019 questionando o organismo internacional sobre a possibilidade de o coronavírus ser transmitido de pessoa para pessoa. Como eu ressaltei no meu primeiro comentário, a OMS publicou, através do seu Twitter, no dia 14 de janeiro, a informação que, segundo autoridades chinesas não havia nenhuma evidência da transmissão de humano para humano da doença.
Em virtude do relato feito pelas autoridades de Taiwan, Trump voltou a sua carga contra a OMS novamente, questionando a postura da entidade e a classificando como “imprecisa” e “enganosa”.
As sanções anunciadas pelo governo americano ressaltam o que já era evidente: Tedros Adhanom não tem mais condições de liderar a principal entidade global a tratar de saúde.
Num artigo publicado recentemente na Revista Oeste, o analista político e ex-colunista da Gazeta do Povo, Alexandre Borges elencou as situações em que Tedros Adhanom foi acusado de omissão no combate de pandemias internas no seu país de origem: a Etiópia.
A permanência deste senhor à frente desta entidade joga sobre a OMS a sombra do descrédito. Ele deveria sair de lá imediatamente.