O ex-presidente americano Donald Trump.| Foto: EFE
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A Super Terça americana deste dia 5, data que em que 15 estados e mais um território realizam prévias para escolher o candidato presidencial do partido Republicano, deve sacramentar o nome de Donald Trump para concorrer contra Joe Biden nas eleições gerais de novembro. O ex-mandatário vem de uma série de vitórias, com seus concorrentes internos desistindo na medida em que ele amplia o favoritismo entre seus correligionários, e também na disputa presidencial.

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Seria um processo meramente referendatório não tivesse restado a ex-governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley. Mas até ela sabe que não tem chance nenhuma, ainda mais considerando o espírito que move o eleitorado conservador nos EUA: o de se vingar da agenda de esquerda representada pelo governo democrata.

Biden se arrasta, e não apenas fisicamente, o que tem gerado especulações até mesmo sobre uma possível desistência sua.

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Em seu programa on-line No Spin News, o jornalista e ex-âncora da Fox News, Bill O’Reilly aponta que Trump se tornou imbatível em seu partido porque a base republicana “não quer apenas um conservador no cargo”, mas “um presidente que puna o movimento progressista”, o que, em sua visão, nem Nikki Haley nem ninguém mais faria. “Trump está com raiva, e a raiva que Trump tem reflete muitos eleitores no partido Republicano”, disse.

Havia, nos setores mais à esquerda da sociedade americana, a esperança de que Trump fosse barrado na Justiça pelas múltiplas investigações que enfrenta. Mas até isso não se concretizou. Em decisão unânime, a Suprem Corte reverteu a decisão do Tribunal do Colorado, que impedia Trump de participar das primárias no Estado. Mas, no entendimento da Corte, tal restrição só poderia ser feita pelo próprio Congresso Nacional. Segundo os magistrados, ao se permitir que prevalecesse a visão estadual se “criaria uma colcha de retalhos caótica Estado por Estado, em desacordo com os princípios do federalismo”.

Em pesquisa recente realizada pelo Financial Times e pela Universidade de Michingan, 70% dos entrevistados avaliam a economia americana como “ruim”, e 42% entendem que Trump a administraria melhor. Essa percepção negativa geral tem impactado amplamente nas avaliações eleitorais. No último domingo (2), o jornal New York Times mostrou Trump com uma vantagem de 5 pontos sobre o atual presidente democrata. O Republicano também lidera levantamentos regionais em todos os chamados “swing states”, considerados peças-chave na disputa. Os números publicados pela Bloomberg em 20 de fevereiro o colocam com distâncias que vão de 2% a 9% em relação ao seu concorrente.

Biden se arrasta, e não apenas fisicamente, o que tem gerado especulações até mesmo sobre uma possível desistência sua. Os números de seu governo não empolgam o eleitorado médio, nem sua postura no cargo parece emular a altivez e o vigor que se esperam do líder do mundo livre, ainda mais contexto global em que a ascensão do autoritarismo sino-russo desafia o Ocidente e o poderio norte-americano. Una isso à realidade interna e estão dadas as condições para o retorno de Trump ao salão oval da Casa Branca. Tudo isso temperado pelo toque da vingança, na forma de uma contundente resposta no campo ideológico pelos conservadores de maneira a humilhar a esquerda identitária, devolvendo o poder a quem ela rejeita acima de todos os outros.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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