Nas últimas horas, um escândalo de proporções petistas se deu a conhecer no Twitter. Agências de publicidade contrataram influenciadores digitais para fazer campanha para o PT. Isso é o grosso da história, o resto tenho preguiça de esmiuçar. Leiam no Diego Escosteguy e aqui na Gazeta do Povo.
Em linhas gerais, uma das contratadas denunciou o esquema, por ter se sentido traída. O combinado seria fazer propaganda de esquerda, em geral, e não do PT, em particular. Ela é de esquerda mas é limpinha. Decerto mora na Vila Madalena e vota no PSOL.
A moça, de nobreza sem par, botou o tweet no trombone e ficamos todos sabendo do mensalinho digital. Já vimos esse filme mais de uma vez na Sessão da Tarde petista, déjà-vu de nossas mazelas republicanas. É o tipo de coisa que me deixa sinceramente intrigado.
Nunca sei em quem acreditar: se em quem confessa ou em quem nega; se na história de fato ou na conspiração. Considerem o seguinte.
Se de um lado é uma coisa muito própria da esquerda meter-se em esquemas, em corrupção, em quadrilhas, em bandos, em tramoias, por outro lado é coisa muito própria da esquerda fazer campanha gratuita, paga tão somente com a própria alma, com a própria falta de caráter.
É verdade que esquerdista em geral, e petista em particular, quase sempre está ganhando alguma coisa com isso. Porém esquerdista em geral, e petista em particular, quase sempre está sendo idiota sem ganhar qualquer coisa por isso.
Caso descubram que todo o imbróglio não passa de teoria conspiratória tramada pelo Sérgio Moro, serei o primeiro a dar um fio de barba como garantia.
Petista de vez em quando recebe para sê-lo, mas quase sempre o é por falta de caráter mesmo. E burrice.
É por esse motivo que, ao contrário de muitos, acredito piamente nas pesquisas eleitorais que anunciam aproximados 40% de votos no Lula. É bem possível, até provável, que essas intenções sejam mesmo verdadeiras. De eleitor espero sempre o pior.
Para ilustrar o argumento, conto uma história.
Há não muito tempo, certo ídolo pop publicou seu primeiro livro. Mirei bem a figura, puxei à memória seus outros feitos artísticos, cravei: ghost writer. Esse daí não é capaz de fazer o ó com um copo.
Como sou assumidamente “uma pessoa horrível, uma mistura do mal com atraso e pitadas de psicopatia”, fui à livraria conferir o cartapácio do celebrado escritor de undécima hora. Thank Lord! que nessas redes a gente pode se acomodar na poltrona e ler o que não leria em casa, sem pagar nada pela experiência.
Li uma, duas, dez páginas. Saltei capítulos, li outras dez.
Pois se antes eu suspeitava de que o ídolo pop tivesse contratado os serviços de um competente e protocolar ghost writer, a leitura dissolveu minhas dúvidas e me trouxe a iluminação: pela meticulosa ruindade do negócio, tenho absoluta certeza de que o autor anunciado é o autor de fato.
Ruim daquele jeito, só pode ter sido escrito pelo próprio.
Assim na literatura, assim no lulopetismo: na dúvida, prefiro apostar que todos fizeram por livre e espontânea vontade. Fazer o pior é o que fazem de melhor.
O resto é teoria da conspiração.
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