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LISSANDRA LOPES DE OLIVEIRA é especialista no Método Juarez Angelo Lopes de Leitura Dinâmica. Trabalha há 15 anos com o treinamento de aceleração da leitura. Instrutora do curso de Leitura Dinâmica da ESAJ – Escola Superior de Administração Judiciária do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Instrutora de palestras e cursos de Leitura Dinâmica para os colaboradores da DATAPREV Rio, do TRT de Florianópolis e de Porto Alegre, da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) de Brasília, da OAB do Méier (RJ), da Construtora Norberto Odebrecht Rio, bem como para os alunos das Universidades Cândido Mendes, UNIABEU, UERJ, UFRJ e do OBCURSOS de Goiânia. Gerente do Instituto Angelicum.

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1 Você é gerente do Instituto Angelicum, que oferece cursos de educação e idiomas. Como é o trabalho no Instituto? Fale sobre os cursos, os professores, a proposta, o público-alvo.

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O Instituto Angelicum nasceu com o objetivo de promover uma formação de qualidade nas mais variadas áreas. Atualmente oferecemos cursos à distância de:

a) Latim Clássico, Latim Tomista, Latim para Crianças, Grego Antigo, Francês, Italiano e História da Igreja, todos com o Prof. William Bottazzini, nosso diretor acadêmico;

b) Mulheres na Igreja, com o Prof. José Eduardo Câmara;

c) Xadrez Básico,com o Prof. Eudes Marques;

d) Leitura Dinâmica, Memorização e Técnicas de Estudos, com o Prof. Juarez Angelo Lopes.

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Em breve, abriremos uma nova turma do curso A Beleza na História Cultural, com o Prof. Ricardo da Costa, e de Inglês, pelo método natural, assim como todos os outros idiomas ensinados por nós.

 

2 O Instituto Angelicum aposta na educação à distância (EAD). Acredita que essa modalidade oferece tanto quanto os cursos presenciais?

Certamente. Mesmo que o aluno não possua disciplina para estudar, ele desenvolverá esta habilidade para realizar e cumprir o que os professores propõem; certamente poderá beneficiar-se até mais do que o aluno de um curso presencial. Uma das vantagens é que o aluno pode estudar no melhor momento para ele, quando está mais descansado e com a cabeça mais fresca. No curso presencial, por sua vez, muitas vezes o aluno não tem a opção de escolher o melhor horário para frequentar as aulas, sendo forçado a adequar-se a uma grade já determinada. Então ou ele vai para o curso antes do trabalho, por exemplo, ou imediatamente depois, cansado dos afazeres do dia. O ensino à distância tem o potencial de solucionar essa dificuldade.

 

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3 A escola, tal como a conhecemos, será – ou deveria ser – extinta? Qual é a sua visão sobre o ensino tradicional?

De modo algum. Acreditamos que a educação deva ser de qualidade tanto no ensino domiciliar quanto no tradicional. É para isso que trabalhamos incansavelmente. A educação tradicional precisa ser, não digo reformada, mas reconstruída desde as suas bases, isto é, desde a composição dos materiais didáticos até a formação pedagógica e específica dos profissionais de educação. Também entendemos que as famílias devem ser as protagonistas nas decisões que envolvem a escola da comunidade. Atualmente, as famílias participam de forma muito figurativa em questões que envolvem a estrutura física da escola. Pensamos que as famílias devam participar mais ativamente em questões como currículos, corpo docente, materiais didáticos, etc. Temos que acabar com a ideia de que um punhado de burocratas de secretarias de educação são os únicos seres iluminados com poder de decisão. A educação não é algo que se constrói de alto para baixo, mas de baixo para cima, a partir das bases, como qualquer edifício, e a base da educação de um país é justamente a família.

 

4 Você e seu pai, professor Juarez Angelo Lopes, são especialistas em Otimização de Estudos e Leitura Dinâmica. Isso funciona mesmo? Em que medida e para que tipo de público?

É engraçado, pois as pessoas acham que quem lê dinamicamente lê rápido, sem pensar, e que nunca mais volta ao texto lido. A verdade é que ser leitor dinâmico nos dá a possibilidade de mapear o livro antes de iniciar a leitura propriamente dita, de ler o texto e de repetir a leitura do texto inteiro, sempre que necessário. Só isso já é uma grande vantagem, pois o leitor tradicional lê em partes, muitas vezes não consegue terminar o texto e desiste sem saber se realmente entendeu e sem ter a real noção do que o texto tratava, pois não leu até o final. Na leitura para estudo então nem se fala, as pessoas começam a ler o parágrafo, sublinham o que acham importante sem ter ideia do que virá nas próximas páginas. A melhor forma de avaliar o método é pelo resultado dos alunos: temos desembargadores, juízes, promotores, médicos, concurseiros, empresários e estudantes que obtiveram sucesso utilizando o nosso método de leitura dinâmica e de estudo. Vale lembrar que não somos mágicos, é necessário dedicação, treinamento e disciplina. Qualquer pessoa pode fazer o curso, o importante é que esteja disposto a treinar, colocar na prática e enfrentar a resistência que sempre surge quando iniciamos um novo hábito.

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5 Uma de suas preocupações – e ocupações – é sobre o ensino domiciliar (homeschooling), estranho aos hábitos e à burocracia no Brasil, mas bastante comum em países como os EUA. Fale sobre o ensino domiciliar: suas variações, vantagens, desvantagens e controvérsias. 

De maneira muito resumida, podemos dizer que o ensino domiciliar consiste em transmitir os saberes escolares no ambiente do lar, o que não quer dizer necessariamente trazer a sala de aula para dentro de casa, mas sim propiciar uma educação de acordo com os valores defendidos pela família. Em tese, o ensino domiciliar pode ser realizado integralmente pela família, sem nenhuma interferência exterior, ou pode ser conciliado com avaliações periódicas externas de órgãos competentes, com o intuito de verificar o progresso das crianças e dos jovens naqueles saberes considerados essenciais. Neste segundo caso, a família pode ser obrigada a cumprir um currículo mínimo. Algumas das vantagens são a flexibilidade na construção do currículo, a liberdade na escolha dos materiais didáticos, a autonomia de poder selecionar professores que estejam alinhados com os valores da família (caso os próprios pais não tenham formação para ensinar os filhos) e a tranquilidade de ter os filhos por perto, distantes dos perigos que infelizmente fazem parte da rotina escolar. Entre as desvantagens, destacamos que o ambiente doméstico pode tornar-se um convite à falta de rigor com horários e atividades. Portanto, a família inteira tem que estar comprometida com esta modalidade de ensino. Além disso, o Brasil carece de materiais pedagógicos que atendam às famílias educadoras, praticamente as forçando a adotar os livros didáticos regulares, não produzidos para este fim e alvos recorrentes das críticas das famílias que optam por ensinar os filhos em casa. Por fim, é importante ressaltar que as famílias devem estar financeiramente preparadas para contratar professores (ora, muitas vezes o pai e a mãe precisam trabalhar fora), montar uma biblioteca doméstica e adquirir outros componentes que contribuirão na formação das crianças e dos jovens. A família deve ter consciência desses custos. A controvérsia principal nasce de um dado cultural: o brasileiro está preparado para o ensino domiciliar? O ensino domiciliar deve ser amplamente liberado ou as famílias precisam cumprir requisitos mínimos para que o Estado as autorize a fornecer esta educação aos filhos? O receio de muitos é que o ensino domiciliar possa acabar se tornando pretexto para algumas famílias colocarem os filhos para trabalhar. Ademais, insiste-se que crianças educadas em casa tendem a ter dificuldade de lidar com diferenças, relacionamentos e dissabores na vida. Esta crítica pode ser rebatida com o fato de que dificilmente as famílias educadoras se isolam. Na verdade, é comum que as famílias educadoras se encontrem periodicamente para tratar de diversos assuntos e, nessas ocasiões, as crianças e os jovens de uma família interagem com as crianças e os jovens de outras famílias. Por fim, nada impede que os que recebem a educação em casa se relacionem com crianças da vizinhança, do clube, etc.

 

6 No dia 28 de abril, em São Paulo, acontecerá o “Educoop: Encontro de Famílias Educadoras Coop Brasil”. Em que consistirá esse congresso, quem pode participar? 

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No próximo dia 28 de abril (sábado), entre 8h e 18h, a Coop Brasil e o Instituto Angelicum, promovem o 1º Encontro de Famílias Educadoras – EDUCOPP 2018, no Centro de São Paulo. O evento tem como objetivo debater a importância do “homeschooling” – ou educação domiciliar – para o aprendizado de crianças e jovens brasileiros. O encontro pretende reunir as famílias educadoras para uma troca de experiências e apresentar um conteúdo enriquecedor de grandes nomes da educação domiciliar e de outras áreas.

O novo modelo de ensino tem atraído cada vez mais adeptos por todo país. De acordo com dados da Associação Nacional de Educação Domiciliar (Aned), mais de 7 mil famílias brasileiras adotam em suas rotinas o “homeschooling”, que é um método que consiste em educar os filhos em casa, através de cursos e material didático em português. Estatísticas indicam um aumento de mais de 900% em cinco anos.

Site do evento EDUCOOP 2018https://www.educoop.com.br

Vale lembrar que é aberto ao público e todos são bem-vindos!

 

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