Lex Luthor (reprodução DC Comics)| Foto:

Deu a louca no Supremo Tribunal Federal.

CARREGANDO :)

O Barão de Montes… Um momento. A campainha.

(…)

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Era o oficial de justiça trazendo notificação. Deixe-me ler isso aqui.

Ah.

Não posso escrever que “Deu a louca no Supremo Tribunal Federal” porque isso ofende a honra dos ministros e, o que é ainda mais grave, calunia os loucos. Louco nenhum quer ser confundido com ministro do Supremo.

Voltando às mal traçadas.

O Barão de Montesquieu deve estar se revirando no túmulo. Sua teoria do equilíbrio dos poderes, dos freios e contrapesos, blábláblá, é culta, é civilizada, tem boa aparência, mas não contava com o descobrimento do Brasil. Aqui a banda toca diferente, Baronesa.

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Opa, campainha.

(…)

Oficial de justiça. Ofendi a honra do Barão.

Goste ou não, Montesquieu, na Terra de Vera Cruz quem ganha a aposta é mesmo o Carl Schmitt, conhece? No fundo no fundo, tudo é poder. A guerra é poder. A política é poder. O direito é poder. O poder é poder.

Quem pode mais chora menos.

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Ou, para ser mais preciso, quem pode mais instaura processo de ofício, sem objeto muito determinado, sem investigados definidos, sem precisar ser provocado por coisa nenhuma.

Basta ficar tristinho.

Começa, investiga, acusa, julga, ouve testemunha, testemunha ele próprio, faz beicinho, bate o pé, promete que vai pensar.

Fi-lo porque qui-lo – eis o resumo do direito processual brasileiro.

Você escreve um texto sem valor nenhum, como este aqui, ninguém sabe quem você é, como este autor, e de repente chegam uns caras à porta, toc-toc-toc, você atende, está feita a merda.

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Campainha.

(…)

Oficial de justiça. Não posso usar calão porque isso não é coisa do Homem de Bem.

Retiro a merda.

Calo o calão, doravante.

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Recapitulando.

Você escreve um texto sem valor nenhum, como este aqui, ninguém sabe quem você é, como este autor, e de repente chegam uns caras à porta, toc-toc-toc, você atende, instaurado o processo.

“Essa informação é falsa, é fake news, desentranha.”

“Consta no documento apensado aos autos, Excelência!”

“Desentranhe-se o documento.”

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“Mas Excelência…”

“Não retruca!”

“Pronto, desentranhei.”

“Agora é fake news afirmar que havia documento, concorda?”

“Bem pensado.”

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“Tudo é questão de perspectiva.”

“Tudo.”

“Devido processo…”

“…legal.”