Segundo pesquisa realizada em 38 nações, o Brasil é o 2º país do mundo em que as pessoas têm a percepção mais equivocada sobre a realidade. Consideradas todas as coisas, isso é até compreensível. A realidade do Brasil é tão inverossímil que só mesmo não sabendo de nada para ter noção de alguma coisa. Se eu soubesse de tudo não compraria nem pãozinho. O Brasil é a cachaça que nós tomamos diariamente para viver no Brasil.
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Falando em Brasil, em cachaça e nos benefícios da alienação, sou informado de que Cabral, o Sérgio, pediu permissão para estudar e prestar o exame nacional para o curso de História. Uma vantagem inegável: ele não precisa correr, porque já está do lado de lá das grades. Mas decerto ele quer saber o lugar que há de ocupar na história do país, essa impossibilidade civilizacional descoberta por Cabral, o Pedro. Sugiro ao esforçado ex-desgovernador do Rio de Janeiro a leitura do livro História dos crimes e da violência no Brasil, de Mary Del Priore (org.) e Angélica Müller (org.). Quem sabe pode contribuir numa segunda edição com notas autobiográficas.
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Começamos a falar de Sérgio Cabral, continuemos a falar de Sérgio Cabral. Cabralizemo-nos. Pois ele e a cônjuge resolveram estudar ferozmente. Que exemplo para a rapaziada. Além da História, foram aprovados no vestibular para o curso de Teologia. Fontes seguras me garantiram que a primeira opção, o curso de Demonologia, lhes foi negada. Alegações de nepotismo, intimidade com professores, conhecimento do gabarito, nada muito claro. Se não tem cão, caça com gato; se não tem diabo, apela-se pra Deus. Vai que.
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No Rio de Janeiro, enquanto turistas tiram fotos das belezas naturais, policiais tiram fotos dos, com os, traficantes mais procurados; tudo em ordem, e se piorar melhora. A corregedoria prometeu investigar, o delegado prometeu admoestar, mas o que se vê nas fotos é a expressão de coleguismo, minto, de satisfação com o dever cumprido. Depois ainda perguntam por que a gente não quer saber de nada: o país é apenas o segundo mais sem noção do planeta. Rematado absurdo, pois merecíamos a primeira colocação.
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Lula, o condenado mais inocente do país, anda dizendo que vai se candidatar na marra, de qualquer jeito, queiramos ou não, custe o que custar, vote quem votar. Intelectuais aqui e ali mal disfarçam a satisfação. Se Temer não é legítimo porque não tem voto, Lula merece a chance de ser votado. O povo decide, certo? Errado. Duas vezes errado. O mandato de Temer é tão legítimo quanto o de Dilma: ele foi eleito pelo mesmo eleitor distraído que lacrou 13. Não obstante, voto não legitima coisa nenhuma. Lula deveria estar quieto no canto dele, agradecendo a Deus e ao Sérgio Moro por ainda ver o sol nascer redondinho, todos os dias, ao contrário dos muitos pés-rapados condenados em primeira instância por roubar galinhas. A candidatura de Lula é ilegítima. A possível vitória de Lula é ilegítima. O voto legítimo numa democracia de fancaria como a nossa é ilegítimo.
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UerjResiste! Bonito. Ontem, dia 08, Lula terminou sua caravana de condenado-candidato palestrando na Uerj. O ex-presidente e atual apenado foi ouvido por cerca de 2 mil almas penadas. Desse jeito, Uerj não merece resistir. Desiste, Uerj!
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“Conheci/ Um capeta em forma de guri” Anthony Garotinho foi preso e, menino arteiro, machucou-se todo. Acusou a polícia de tê-lo torturado. Reconheçamos que a polícia no Brasil não é exatamente gente delicada e ordeira; chega quebrando a louça e mastigando de boca aberta; e ter o Garotinho à disposição deve ser tentador. Eu não responderia por mim. Dizem as perversas línguas, entretanto, nos mais sombrios idiomas, que ele machucou a si mesmo. Não contavam com sua astúcia. Espertinho como um vilão do Pica-Pau.
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Tiffany é a primeira jogadora trans a assinar contrato com um clube para disputar a Superliga Feminina de Vôlei. A ponteira levará seu ponteiro, digo, seu talento para as competições femininas. Como Tiffany não é exatamente menina como as outras meninas, porém uma menina mais fortinha, mais rápida e mais brutinha, temo que isso vá causar ciumeira nas inimigas. Com o andar da carruagem politicamente correta motorizada, daqui a algum tempo não teremos mais esportes femininos de fato. Ora, em competições desportivas, é óbvio que ser homem vale mais do que ser mulher, conquanto “ser um homem feminino não fira nosso lado masculino”. Esportes eram coisas de homens e foram, aos poucos, conquistados por mulheres. Agora serão retomados por homens: sejam homens-homens, sejam mulheres-trans. As meninas têm mesmo é que voltar para as costuras e para os bordados. This is Sparta, bebê.
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