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História Cultural: o blog e o blogueiro, versão 2014

Agora que já estamos com 2014 a pleno vapor, fevereiro, falta uma semana para começarem as aulas, é um bom momento para dar o início das atividades neste blog em 2014.

Quem tentou acompanhar esta página nos anos anteriores percebeu que o blog ficou mais tempo parado do que ativo. A coisa começou em agosto de 2011, ou seja, estamos completando 30 meses de atividades e este é o 27º post. Isso dá uma média de menos de um texto por mês. É uma média bem baixa para blogs.

Em parte isso acontece porque a proposta do blog nunca foi muito movimentada. A ideia ao fazer um blog com o título História Cultural no portal de um jornal do porte da Gazeta do Povo sempre foi escrever com seriedade e profundidade sobre temas de história na tangencia com temas da cultura. Embora esses dois temas e suas interações sejam bem amplos, a capacidade de um blogueiro de acompanhar lançamentos de livros, eventos acadêmicos ou temas atuais sobre estes assuntos é bastante limitada, principalmente quando o blog não é sua atividade profissional.

Neste caso, a proposta e o objetivo com o blog foi e é manter uma periodicidade quinzenal, às vezes um pouco mais, às vezes um pouco menos.

Se até agora o blog não atingiu este objetivo na maior parte do tempo, o motivo pode ser creditado ao excesso de atividades do blogueiro. Quando cheguei ao portal da Gazeta do Povo em 2011 eu tinha acabado de terminar o doutorado. Estava empolgado com as possibilidades de ter tempo sobrando para novas atividades, afinal o meu curso tinha acontecido em meio ao trabalho como professor e ao cuidado com uma família de dois filhos pequenos.

Acabei descobrindo que fazer o doutorado não era a coisa mais puxada que eu teria na vida. Depois que gente tem o título começam a aparecer uma série de outros convites e novas responsabilidades. Demora pra gente aprender a selecionar o realmente é mais importante e dedicar de forma adequada às atividades mais significativas.

Não que eu tenha feito muita besteira nestes últimos anos. Mas certamente foi besteira tentar fazer tanta coisa ao mesmo tempo.

Entre março de 2011 e dezembro último fui coordenador do Curso de Bacharelado em Música Popular da antiga FAP, agora UNESPAR. Um cargo que significa uma intensa atividade burocrática e uma grande quantidade de horas perdidas em reuniões de todos os tipos. Ao mesmo tempo, continuavam as atividades de professor de História da Música, intercaladas com as orientações dos alunos nos trabalhos acadêmicos, Iniciação Científica e TCC.

Também tinha o projeto de pesquisa ao qual eu dedico parte do meu tempo como atividade remunerada. No período entre julho de 2011 a junho de 2013 a pesquisa foi sobre Mário de Andrade como crítico do Diário Nacional. Alguns resultados dessa pesquisa saíram publicados, outros ainda darão frutos no futuro próximo. Talvez o principal texto acessível na web seja este aqui.

Quem clicou no link acima abriu uma versão em pdf do texto incluído nos Anais do Congresso do Grupo de Pesquisa em Música, História e Política, outra das atividades às quais me dediquei neste meio tempo. O material completo que resultou do congresso está aqui. Foi produzida uma versão impressa de poucos exemplares, com financiamento da Fundação Araucária. Organizar o evento, realizá-lo, editar e imprimir os Anais foram coisas que duraram entre novembro de 2011 e junho de 2013. Coisas da burocracia kafkeana que assola nossas universidades de modo geral, a administração pública do Paraná em particular e, principalmente, a antiga FAP agora UNESPAR.

Além disso, ainda trabalhei como membro da Comissão do Mecenato da Fundação Cultural de Curitiba, entre setembro de 2012 e setembro de 2013 – avaliando projetos encaminhados à principal modalidade da Lei de Incentivo à Cultura do Município.

Ainda sobrou um tempinho para manter um blog pessoal, que em 2011 era mantido no portal O Pensador Selvagem com o nome de Um drible nas certezas. Em 2012 a página pessoal ganhou endereço próprio em andreegg.org, ainda ativa para assuntos variados e materiais de aula. Mantive parcamente uma colaboração no Amálgama, coisa que também ficou bastante prejudicada.

Para 2014 decidi encaminhar a vida pessoal para a dedicação às aulas, às orientações de alunos e à pesquisa (agora ampliada para o tema do músico como intelectual no modernismo, a partir da atividade crítica de Mário de Andrade). Fora isso, sobrará pouco tempo para outras atividades. Entre elas, está a de escrever textos acadêmicos (que ao contrário dos blogs, demoram anos entre a escrita e a publicação).

E, continuará como atividade prioritária a de escrever de forma mais leve e curta nos blogs, intercalando assuntos de gosto pessoal e materiais de aula na página pessoal, e textos sobre História aqui neste blog. A ideia é manter uma periodicidade um pouco melhor em 2014, chegando ao objetivo de ser quinzenal na maior parte do tempo. Os temas continuarão sendo os eventos acadêmicos que o blogueiro puder acompanhar, pesquisas recentes, livros recém-lançados, clássicos da área de estudos, polêmicas atuais.

O que mantém firme este propósito é a importância geral deste espaço. Como jornal, a Gazeta do Povo tem nadado contra a maré e vem se tornando um jornal cada vez mais relevante numa época em que os principais jornais do país andam se esforçando para perder importância frente às mudanças do mundo. E acho que a Gazeta tem chegado a um ótimo equilíbrio entre impresso, site e mobile. Aliás, desde novembro tenho lido o jornal no tablet, e é realmente uma experiência bastante satisfatória.

Além disso, a repercussão particular dos poucos textos que foram produzidos aqui, motiva a continuar escrevendo. Aproveitando o ensejo, fica aqui a dica para quem perdeu: abaixo uma lista com os 10 textos mais acessados do blog desde o seu início.

Boa leitura a todos e um ótimo 2014 para nós.

História e música: os anos 60 – minha palestra no IFPR

Musicologia, história e ciências sociais e Políticas públicas: duas mesas no IX Forum de Pesquisa em Artes da EMBAP

A longa e agônica decadência do futebol brasileiro – a propósito da derrota do Santos para o Barcelona

José Miguel Wisnik – Machado maxixe: o caso Pestana

Ateísmo em discussão

A importância da música nova

Curitiba pode ter música popular?

Os 30 anos do Conservatório Villa-Lobos: uma homenagem a Valdomiro e Jane

O Jesus de Saramago

O 10º texto mais lido foi justamente o texto de apresentação do blog:

A História Cultural e o blog

E a versão anterior do perfil do blogueiro era este texto:

Entre a história, a música e a teologia: o perfil do blogueiro

 

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