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Ataque em Mumbai
| Foto:
TV Reuters
Ação dos policiais e soldados no Taj Mahal, onde centenas de pessoas foram feitas reféns

Pouco mais de 20 horas depois do início dos ataques terroristas em Mumbai, maior cidade e centro financeiro da Índia, e a situação continua fora de controle em três locais: os hotéis Taj e Oberai e o centro de orações judaico Nariman House. O governo já contabiliza 101 mortos — sendo sete estrangeiros.

A CNN-IBN, uma espécie de afiliada da CNN na Índia, está transmitindo ao vivo pela internet dos três pontos onde a situação se prolonga. Para assistir, clique aqui. A rede de tevê noticia que 150 hóspedes ainda estariam dentro do Taj. No Oberai, seriam cerca de 40. De tempos em tempos, pode-se ouvir troca de tiros em ambos os locais. A situação é tensa e começa a anoitecer novamente na Índia, o que pode prolongar a crise por mais um dia.

De madrugada (horário daqui), o cônsul do Brasil em Mumbai, Paulo Antônio Pereira Pinto, entrou ao vivo na CNN-IBN alertando que brasileiros poderiam estar entre os reféns. O Portal do Estadão, no entanto, em matéria de hoje de manhã, diz que o próprio Paulo negou haver vítimas brasileiras.

Esse é um ataque diferente do que a Índia está acostumada a ver. No país, o terrorismo nos últimos anos tem sido associado ao racha entre hindus e muçulmanos. Desta vez, parece que houve uma clara intenção de prejudicar o comércio e o turismo. Testemunhas dizem que os terroristas procuravam deliberadamente por americanos e britânicos.

Foram ataques coordenados contra locais onde se concentram turistas: hotéis, restaurante, cinema, estação de trem e até um hospital. Ao todo, incidentes foram contabilizados em 13 lugares diferentes.

Por email, o grupo Deccan Mujahedeen assumiu a autoria do ataque. No mundo todo, especialistas se perguntam: quem são eles? Nunca ninguém havia ouvido falar no grupo. Deccan é um bairro da cidade indiana de Hyderabad. Também significa a região Sul da Índia, do planalto de Deccan. Mujaheeden é a denominação para “guerreiro santo” em árabe.

O governo indiano alega que os terroristas são estrangeiros, alguns paquistaneses. Se esse é mesmo um ataque do fundamentalismo islâmico e as autoridades do Paquistão não consigam provar que não há cidadãos de seu país envolvidos, a tensão entre os dois rivais nucleares tem tudo para esquentar.

O site Stratfor faz uma análise das consequências geopolíticas dos ataques:

O governo indiano tem duas escolhas. Primeiro, pode simplesmente dizer que os agressores são um grupo doméstico. Nesse caso, será considerado responsável por uma falha de segurança de enormes proporções e acusado de ser incapaz de proteger o público. Por outro lado, pode-se relacionar o
ataque a um poder de fora: o Paquistão. Nesse caso, ele pode responsabilizar um Estado-Nação pelo ataque e usar a atmosfera de crise para reforçar a posição do governo invocando o nacionalismo. Politicamente, essa é a melhor saída para o governo indiano, e por isso é o mais provável curso de ação. Isso não quer dizer que não existem estrangeiros envolvidos — simplesmente que, independentemente da verdade, o governo indiano vai alegar que existe.

Aí, e também dependendo do fim da história dos reféns e da nacionalidade deles, EUA e Índia vão pressionar o Paquistão a dar um jeito nos seus terroristas. Mas como é sabido, Islamabad é incapaz disso.

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