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Casamento gay avança nos EUA

Reprodução

Duas notícias agitaram a discussão sobre o casamento gay nos EUA na última semana. Em Vermont, legisladores derrubaram um veto do governador contra a união entre homossexuais. Em Iowa, a Suprema Corte declarou inconstitucional uma lei de 1998 que limitava o conceito legal de casamento à união entre um homem e uma mulher.

Consequência previsível: a direita religiosa ficou enfurecida. Andrew Sullivan tem coletado bons exemplos de alguns absurdos. Veja esse comercial com tom apocalíptico. Aqui a audição dos atores para o filme.

A questão aqui não tem nada a ver com religião, embora muita gente confunda: ninguém está pedindo para o Papa abençoar o casamento entre duas pessoas do mesmo sexo. Apenas que se reconheça a proteção legal fornecida hoje pelo Estado para duas pessoas de sexos diferentes também para homossexuais.

Dos argumentos contrários, apenas um parece razoável, mas um tanto improvável: na margem, o casamento gay pode provocar uma mudança no comportamento de heterossexuais e, com o tempo, arruinar toda a instituição — o que, acho que ninguém nega, teria efeitos negativos para a sociedade. Megan McArdle fez um excelente post a respeito alguns anos atrás.

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O economista Nate Silver usou um modelo de regressão para prever em que momento a maioria da população de um determinado estado passará a votar contra o banimento do casamento gay.

Segundo ele, as três variáveis que mais influenciaram o resultado:

1) O ano em que a emenda foi votada (no caso dos estados que já tentaram passar uma lei, por iniciativa popular, proibindo o casamento gay).

2) A porcentangem de adultos que afirmaram que a religião é uma parte importante do dia a dia de suas vidas (segundo uma pesquisa da Gallup de 2008).

3) A porcentagem de evangélicos brancos no estado.

Bem, não é preciso pensar muito para entender por que essas variáveis são tão representativas.

Segue a lista abaixo, com o estado e o último ano em que uma proposição a favor de banir o casamento gay venceria. O último na lista seria o Mississippi, em 2024 – um ano bastante emblemático, pois. Com asterisco os estados que já passaram alguma emenda contra o casamento gay.

2009 Vermont New Hampshire Massachusetts Maine Rhode Island Connecticut Nevada* Washington Alaska* New York Oregon*

2010 California* Hawaii Montana* New Jersey Colorado*

2011 Wyoming Delaware Idaho* Arizona*

2012 Wisconsin* Pennsylvania Maryland Illinois

2013 Michigan* Minnesota Iowa Ohio* Utah* Florida*

2014 New Mexico North Dakota* Nebraska* South Dakota*

2015 Indiana Virginia* West Virginia Kansas*

2016 Missouri*

2018 Texas*

2019 North Carolina Louisiana* Georgia*

2020 Kentucky*

2021 South Carolina* Oklahoma*

2022 Tennessee* Arkansas*

2023 Alabama*

2024 Mississippi*

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