Barack Obama está em seu melhor momento na campanha. Se a eleição fosse hoje, ganharia com uma diferença inimaginável até duas semanas atrás. Projeção do FiveThirtyEight mostra que ele obteria cerca de 325 votos no Colégio Eleitoral. McCain ficaria com 212. É uma bela surra.
A crise financeira sem dúvida o ajuda. Quando a economia vai mal, o partido incumbente sofre. Pesquisa da Bloomberg da semana passada mostra que 26% das pessoas culpam a administração Bush pela crise — atrás apenas de Wall Street, com 32%. Quanto mais a economia for a preocupação primária dos americanos, mais longe McCain ficará da Casa Branca.
Outro problema dos republicanos é que não há nada no curto prazo (e só faltam 35 dias para a votação) que possa dar novo fôlego à campanha (dos eventos previsíveis, claro). Muito pelo contrário.
O efeito-Palin, que despertou a base conservadora e empatou a disputa, agora está cada vez mais se transformando num problema. Nos últimos dias, e especialmente após a entrevista de Palin a Katie Couric, da CBS, cresceu o número de artigos citando Thomas Eagleton — a desastrosa escolha democrata para candidato a vice em 1972. Bom sinal não é. Agora, na quinta-feira, Palin sobe ao palco da Universidade Washington, em St. Louis, para mostrar, afinal, a que veio: se para afundar ou salvar o barco republicano — mas fará isso com a água já no pescoço.
Além disso, os próximos debates entre os presidenciáveis serão sobre temas domésticos, em que McCain já parte em clara desvantagem. Onde deveria brilhar, no primeiro debate, sobre política externa, aos olhos do eleitor foi apenas mediano.
O cenário mais otimista para McCain? O Congresso aprova o pacote de ajuda financeira ainda nesta semana (o que não é de todo improvável, em vista da péssima repercussão da medida), as bolsas voltam a subir, a economia sai da mídia, Palin passa no teste do debate e fica o resto da campanha sem cometer uma gafe, e, finalmente, em 15 de outubro, McCain tira o coelho da cartola e “destrói” Obama no último confronto — uma apariçao do senhor Osama bin Laden quem sabe também nao faria mal.
Hoje, ninguém precisa ter medo de dizer que Obama é o franco favorito para vencer as eleições.
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