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Exportando martelinhos de ouro

Da Agência Brasil:

Um temporal de granizo com pedras do tamanho de bolinhas de pingue-pongue amassou pelo menos quatro mil carros na Argel e trouxe à capital argelina 80 brasileiros especializados em desamassar veículos sem danificar a pintura. O trabalho manual é feito com ferramentas de ferro e borracha e não deixa marcas, por isso, estes profissionais são conhecidos no Brasil como martelinhos de ouro.

O grupo chegou a Argel há quatro dias para consertar os estragos provocados pela natureza no início deste ano e trabalha durante todo o dia, pois o serviço deve estar concluído em até três meses, quando vence o visto de trabalho concedido pela Embaixada da Argélia.

A notícia é intrigante. Não tenho a menor ideia de como os brasileiros detêm vantagem comparativa no desamasso de carros. Vejam que eles foram enviados para um país mais pobre (PIB per capita) — é difícil imaginar, portanto, que seja apenas uma questão de mão-de-obra barata. O texto indica que há um monopólio de conhecimento. Como isso aconteceu, no entanto, me é um mistério. Algumas teorias:

– O mercado de martelinhos de ouro no Brasil é altamente competitivo (essa é quase óbvia, mas por quê?).

– Estrangeiros não se incomodam em andar com o carro amassado.

– Brasileiros batem mais o carro.

– Brasileiros que batem o carro não têm seguro.

– O preço da franquia do seguro no Brasil é abusivo.

– O preço da tinta no Brasil é abusivo.

Enfim, alguma ideia de como os martelinhos de ouro do Brasil se tornaram tão eficientes?

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