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Até três milhões de empregos podem ser perdidos em um ano caso o governo americano decida não ajudar as três maiores montadoras de Detroit: Ford, Chrysler e GM.

Os democratas, Obama incluso, querem que Bush faça alguma coisa. No encontro na Casa Branca essa semana, houve até uma negociação. Bush ajudaria as montadoras em troca da aprovação no Congresso de um acordo de livre comércio com a Colômbia. Os democratas, Obama incluso, costumam ser contra esse tipo de medida. Para não se comprometer com nada agora, é possível que Obama aguarde até tomar posse para fazer alguma coisa.

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É papel do governo, ou pelo menos é isso o que diz todo político, fazer o melhor para ajudar a sociedade. Mas o governo, qualquer governo, é habitualmente pouco eficiente, de modo que não fazer nada costuma ser a melhor coisa que pode fazer para ajudar uma empresa — ou a população, conseqüentemente.

Bilhões de dólares dos contribuintes que nada têm a ver com a maneira como a GM vem ineficientemente sendo operada irão financiar o resgate (temporário, possivelmente) da mesma. Parece-me algo sem sentido.

Quem deixou que a situação chegasse até esse ponto foram as próprias montadoras. Pecaram por não investirem na inovação de suas frotas e fabricarem um carro pouco atraente para o consumidor. Não tinham incentivo para isso. Em Washington, o lobby da indústria de autos sempre funcionou bem. Proibiu de passar, entre outras coisas, uma lei que aumentava o limite mínimo de km por litro que um carro deve fazer. Com a alta do preço do petróleo, o consumidor buscou carros mais econômicos. As melhores ofertas vieram das fabricantes asiáticas.

As montadoras americanas também têm um enorme problema com os sindicatos dos trabalhadores. O custo das obrigações sindicais é altissimo. De longe, o maior da indústria de manufaturados.

Para Michican, mas também Ohio e Indiana, onde as montadoras possuem bastante peso na economia, as conseqüências da falência de uma das companhias serão enormes. Pensando no longo prazo, porém, o melhor é deixar que as indústrias obsoletas simplesmente desapareçam ou, se quiserem continuar operando, que se reinventem. Como dificilmente as pessoas deixarão de usar o carro, alguém vai ocupar o vácuo no mercado. Alguém mais eficiente.

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Vou ali pôr meu Fiesta pra vender e já volto. 😉