Quatro em um

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Quatro posts em um, porque o tempo é escasso e os assuntos são fartos.

1) Quem viver, verá. Chegará o dia em que seremos proibidos de comer junk food. Na cidade dos anjos, já começou: está proibida a abertura de novas lojas de fast food em determinados bairros. A idéia é que a proibição incentive “restaurantes saudáveis” a abrirem na região. Mas nem essa definição, “restaurantes saudáveis”, ficou clara na lei. A preocupação dos legisladores foi mais com o tempo de preparo do que com a qualidade da comida, como se uma coisa estivesse necessariamente ligada à outra.

2) Para continuar no assunto “o-Estado-sabe-o-que-é-melhor-para-você”, saiu o primeiro livro sobre a Lei Seca. É um e-book, na verdade, e pode ser baixado de graça. Organizado pelo Claudio Shikida, do De Gustibus, o livro tem opiniões diferentes, mas sempre bem embasadas. Recomendo especialmente os textos do Ronald Hillbrecht e do Shikida e Ari Francisco de Araujo Jr. para quem acredita que a aplicação da nova legislação está inexoravelmente ligada à queda no número de acidentes de trânsito.

3) Obama is the new Britney. É o que diz o senhor John McCain em sua nova propaganda. Pior do que a propaganda só os comentários sobre ela: teria sido editada para lembrar o Triunfo da Vontade — aquele filme, daquela moça. Haja imaginação.

4) Foi o grande assunto da quinta-feira. A revista Cambio, da Colômbia, saiu com “O dossiê brasileiro” na capa da atual edição, mostrando a ligação entre o governo brasileiro e as Farc. É coisa séria, não há dúvidas, mas, após ler a matéria, fico com o Josias de Souza: “Percebe-se que a reportagem não chega a justificar o estrépito da introdução.” A introdução é a seguinte: “O computador de Raúl Reyes revela que os vínculos das Farc com altos funcionários do governo do Brasil, entre eles cinco ministros, chegaram a níveis escandalosos.” De fato, os emails, se verdadeiros, revelam uma ligação entre Farc, PT e governo — e qualquer ligação com as Farc é preocupante –, mas em que nível a guerrilha está “infiltrada” no governo os emails não esclarecem. Leia a matéria completa da Cambio aqui, vale a pena. Agora, sério, quantos gigabytes têm o laptop do Raúl Reyes?