Recebi uma notícia muito boa para quem aposta na inclusão por meio da convivência. Adolescentes com deficiência intelectual dividiram a sala de aula com alunos sem deficiência durante uma oficina de fotografia. O resultado do aprendizado e interação será exposto ao público, a partir dessa sexta-feira. As informações que eu compartilho (com algumas impressões pessoais) foram trabalhadas no release produzido pela jornalista Ariene Rodrigues.
O projeto Fotografia para Adolescentes, realizado pela Lei Municipal de Incentivo a Cultura, através do Mecenato subsidiado e incentivado pela Volvo, inicia uma maratona da exposição Encontros e Olhares, a partir do dia três de agosto no Café do Top do Shopping Müller. Quem for conferir a exposição no próximo dia três, sexta, poderá conhecer as fotos e bater um papo com os alunos, que garantiram presença especial no evento.
O curso durou um semestre e a fotografia tomou outro status ao longo das aulas: o de instrumento de relação social com o mundo externo. “Através desse trabalho foi possível perceber a importância da foto na construção do indivíduo como um todo”, acredita a fotógrafa e coordenadora pedagógica do projeto, Michelle Serena.
Unir em uma turma pessoas sem e com deficiência poderia ser difícil, mas não foi o que aconteceu. “No começo havia uma preocupação, pois nunca havia trabalhado com adolescentes, e nem com pessoas com deficiência intelectual”, conta Ulisses Segatto, instrutor de fotografia. Porém, o que os adolescentes desenvolveram superou as expectativas. “O que falta de técnica, eles compensam com o olhar”, avalia.
Para a psicóloga que atende alguns dos participantes com Síndrome de Down, Maria Isabel Valente, o projeto proporcionou aos adolescentes, crescimento pessoal, profissional e social. “Eles descobriram a fotografia, agora tem propriedade e conhecem as técnicas, podem fazer isso profissionalmente. Foi importante ainda para as pessoas olharem e perceberem que não existe uma limitação: eles podem ir muito mais longe se orientadas e ensinadas como qualquer outra pessoa”, esclarece.
Como a proposta era de inclusão, o grupo dividiu dúvidas e aprendizados, além de experiências. “Enxergamos que houve uma evolução em termos de relações, elas foram ficando cada vez mais fortes. O olhar eles desenvolveram igualmente, a técnica cada um ao seu tempo”, esclarece a coordenadora. Para Gabriel, 17 anos, além de importante, o curso proporcionou a convivência entre as diferenças. “E foi um aprendizado, uma experiência que eu não vou esquecer”.
Além de possibilitar que os adolescentes ampliassem seus repertórios, a convivência entre pessoas com deficiência e sem foi um dos aprendizados mais importantes. Entre as oficinas no estúdio com diferentes técnicas, como Light Painting e de edição, eles saíram às ruas, capturando o seu olhar sobre o mundo e suas casas, aniversários, passeios com as famílias, mostrando aos outros o seu mundo. “A turma era coesa, isso fortaleceu o vínculo com os outros. Eles terem essa visão de sociedade e as pessoas terem a visão deles como capazes é muito importante”, lembra Débora Gaid, mãe de João Felipe, 16 anos, com Síndrome de Down.
Informações:
Comunicação – Ariene Rodrigues
(41) 8524-2181
Michelle Serena – Coordenadora Pedagógica
(41) 9987-0707
Serviço:
Exposição Encontros e Olhares
Direção: Michelle Serena
Valor do Ingresso: gratuito
Datas:
A partir de 3 de agosto até 01 de setembro
Local: Café do Top – Shopping Muller
Endereço: Avenida Cândido de Abreu, 127 – Centro Cívico | Piso Cinemas
Telefone (41) 3074-1000
Em 25 de agosto
Durante o III Mutirão do Instituto Robert Bosch
Local: Escola Municipal Dario de Castro Velloso
Horário: 9h as 17hs
Endereço: Rua Des. Cid Campelo, 4.630 – Vila Barigui / CIC
Em 21 de setembro – Dia Nacional da Pessoa com Deficiência
V Reatiba – Inclusão da Pessoa com Deficiência no Mercado de Trabalho
Local: CIETEP
Horário: 9h as 17hs
Endereço: Av. Comendador Franco, 1341, no Jardim Botânico.
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