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*Conteúdo original elaborado por Paula Adamo Idoeta, da BBC Brasil, em Londres

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Os Jogos Paraolímpicos de Londres terão a sua cerimônia de abertura hoje, 29 de agosto, com uma grande expectativa de público.

Ao procurar materiais de referência, encontrei um belíssimo trabalho apurado e escrito pela jornalista Paula Adamo Idoeta, da BBC Brasil, em Londres. Reproduzo aqui no blog essa matéria muito interessante, que comenta as nossas principais esperanças de medalhas nos jogos.

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Eles podem não ser celebridades esportivas tão conhecidas quanto César Cielo, Neymar e Maurren Maggi, mas têm trazido diversas medalhas olímpicas para o Brasil.

Nos Jogos Paraolímpicos de Pequim 2008, o Brasil conquistou 47 medalhas (16 ouros, 14 pratas e 17 bronzes), deixando o país no 9º lugar na colocação geral do evento.

Em Londres 2012, o Brasil será representado por 182 atletas paraolímpicos, e a meta do Comitê Paralímpico Brasileiro é ficar entre os sete primeiros colocados no quadro geral de medalhas.

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Com base em resultados recentes e a expectativa do comitê, a lista abaixo destaca alguns dos atletas mais cotados para conquistar medalhas para o país nesta Paraolimpíada, que termina em 9 de setembro:

1) Daniel Dias
Esporte: natação – classes S5, SB4 e SM5
Data de nascimento: 24/05/1988
Cidade: Campinas, SP
Estreia: 30 de agosto
Daniel, que nasceu sem os pés e as mãos e que nada desde os 16 anos, hoje, é dono de cinco recordes mundiais na natação, quebrados no último mundial, na Holanda.

Em sua estreia olímpica, em Pequim 2008, Daniel conquistou quatro medalhas de ouro, quatro de prata e uma de bronze. No Para-Pan de Guadalajara, em 2011, ele levou 11 ouros. Em Londres 2012, ele disputará seis provas individuais, além dos revezamentos 4×100 livre e medley.

Você sabia?
Daniel será o porta-bandeira do Brasil na abertura dos Jogos Paraolímpicos de Londres, em 29 de agosto. Ele é um dos quatro brasileiros que já receberam individualmente o Prêmio Laureus, o “oscar” do esporte, em 2009 (os demais são Pelé, Ronaldo e o skatista Bob Burnquist, além da seleção pentacampeã de futebol, em 2003).

2) Terezinha Guilhermina
Esporte: 100m, 200m e 400m na categoria T11 (deficientes visuais)
Data de nascimento: 3/10/1978
Cidade: Betim, MG
Estreia: 1º de setembro

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A velocista conta que começou no esporte disputando provas de natação, mas passou para o que realmente gostava – o atletismo – quando ganhou um tênis de presente da irmã. Hoje, é a deficiente visual mais rápida do mundo, dona dos recordes mundiais nos 100m (12,04s), nos 200m (24,6s) e nos 400m (56,14).

Em Londres, participará de sua terceira Paraolimpíada. “Será a principal da minha vida. É para esta que me considero mais bem preparada” diz à BBC Brasil.
Você sabia? Terezinha compete com vendas coloridas, que viraram sua marca registrada. Ela trará oito vendas para Londres – uma para cada prova que deve disputar, entre eliminatórias e finais.

3) Daniele Bernardes
Esporte: judô, categoria meio-médio (até 63kg)
Data de nascimento: 6/8/1984
Cidade: Ribeirão Pires, SP
Estreia: 31 de agosto

Daniele, que é deficiente visual, vai para sua terceira Paraolimpíada: já foi bronze em Atenas-2004 e em Pequim-2008.
Conquistou, ainda, medalhas nos dois últimos Para-Panamericanos (ouro no Rio-2007 e prata em Guadalajara-2011). O último Mundial da categoria também rendeu ouro para a judoca brasileira.

Você sabia?

Daniele é filha de um treinador de judô, que a iniciou no esporte desde a infância e a treinou durante anos.

4) Jane Karla

Esporte: tênis de mesa
Data de nascimento: 06/07/1975
Cidade: Aparecida de Goiânia, GO
Estreia: 30 de agosto

Jane conquistou a vaga na Paraolimpíada ao ganhar o ouro no Pan-Americano de Guadalajara, em 2011. Ela também é dona de duas medalhas de ouro no Pan do Rio, em 2007. Em Londres, terá sua segunda experiência paraolímpica – já participou dos Jogos de Pequim, em 2008.

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Jane teve pólio aos 3 anos, doença que atingiu seus membros inferiores. Experimentou vários esportes, mas apaixonou-se pelo tênis de mesa “na primeira raquetada”. Seu treinamento, diz, é semelhante ao de atletas como Hugo Hoyama, mas ela precisa de um esforço extra para fortalecer os músculos das pernas.

Jane teve câncer de mama, em 2010, ao mesmo tempo que sua mãe – que não resistiu a doença e morreu em maio. A atleta buscou forças no esporte para superar a perda e a própria doença. “Meu objetivo desde 2010 era estar aqui, em Londres. Às vezes duvidava. Então, estar aqui já é uma grande vitória”, diz à BBC Brasil.

Você sabia?

Jane é casada com um técnico do comitê paraolímpico, o alemão Joachim Gogel, que se mudou para Goiás por causa da brasileira.

5) Jeferson Gonçalves, o Jefinho
Esporte: futebol de cinco para deficientes visuais
Data de nascimento: 05/10/1989
Cidade: Candeias, BA
Estreia: 31 de agosto, contra a França

A seleção brasileira de futebol de cinco para deficientes visuais busca seu tricampeonato em Londres 2012, após ouros em Pequim e Atenas.

O ala Jefinho participou da conquista em Pequim e está agora em sua segunda Paraolimpíada, depois de ter sido eleito o melhor jogador do mundo em 2010, ano em que o Brasil conquistou o mais recente Mundial da modalidade.

Você sabia?

Jefinho, que perdeu a visão em decorrência de um glaucoma, compete no futebol desde 2003 pelo Instituto para Cegos da Bahia.

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6) Dirceu Pinto
Esporte: Bocha
Data de nascimento: 10/9/1980
Cidade: Francisco Morato (SP)
Estreia: 2 de setembro
Dirceu estreou em Paraolimpíadas em Pequim 2008, com duas medalhas de ouro (nas provas individual e de duplas).

O atleta cadeirante sofre de uma doença degenerativa muscular e joga bocha há dez anos. Além das vitórias em Pequim, ele conquistou ouros também na Copa do Mundo de bocha de 2011, na Irlanda do Norte, e no Mundial de Lisboa, em 2010.
Dirceu também trabalha como coordenador de paradesporto na prefeitura de Mogi das Cruzes (SP).

Você sabia?

A primeira vez que viu uma disputa de bocha, Dirceu sequer sabia que era um esporte. “Pensei que fosse um tipo de tratamento (para pessoas com deficiência)”, diz. Ele foi convidado a praticar a bocha porque não conseguia mais nadar, em decorrência de seu problema muscular.

“O paraesporte mudou a minha vida. Quando não conseguia mais nadar, achei que ia terminar meus estudos e ficar preso dentro de casa. Mas, ao começar a disputar a bocha, dentro de dois meses já estava viajando para participar de competições”, conta.

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Provocação minha: Quais são as suas expectativas em relação ao desempenho do Brasil nas paraolimpíadas? O que dizer quando comparamos o número de medalhas dos para-atletas com o número dos atletas que foram aos Jogos Olímpicos de Londres?

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