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Na semana passada um grupo de deficientes físicos entrou em confronto com a polícia, na Bolívia. O grupo protestava em frente ao Palácio do Governo pelo aumento do subsídio anual, de U$ 143 para U$ 431. Os deficientes chegaram na quinta-feira a La Paz em uma caravana, após percorrer durante 100 dias cinco regiões da Bolívia em cadeiras de rodas ou com muletas, mas não puderam se reunir com o governante, nem ingressar na Praça Murillo, onde estão o Palácio de Governo e o Parlamento.

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Os manifestantes ficaram acampados próximo às sedes do governo, alguns deles, em greve de fome. No acampamento improvisado, rodeado de unidades antidistúrbios, haviam várias pessoas com cadeiras de rodas, outras com diversas lesões e crianças e adolescentes com paralisia cerebral, acompanhados de suas mães.

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Policiais antidistúrbios bloquearam e impediram com violência a tentativa da caravana de passar, o que originou uma desordem na qual várias pessoas ficaram feridas dos dois lados, entre eles 20 agentes, além de sete detidos no grupo dos deficientes.

Foi a primeira vez que eu vi um momento de protesto de pessoas com deficiência com tamanha expressão, e pelo visto, foi a primeira vez que a Bolívia abriu os olhos para esse público. Jornalistas do canal Al Jazira comentaram que antes do protesto, as pessoas com deficiência na Bolívia eram invisíveis e que o apoio estatal é quase inexistente.

Veja a matéria, produzida pela BBC Brasil.

A polícia foi chamada para conter um grupo de pessoas limitadas fisicamente (Sim, eu estou propositalmente ressaltando a deficiência nesse caso) e suas mães. Isso é surreal.

O fato de policiais e deficientes entrarem em conflito chama muito a atenção. Sei que sempre quis colocar a pessoa com deficiência em pé de igualdade e acredito que a limitação não deveria ser fator de diferenciação, mas dessa vez, não consegui. Para mim, o que aconteceu na Bolívia mostra que mobilização social é vista como crime. Não importa quem esteja do outro lado.

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Como seria a resposta da polícia brasileira a uma manifestação como essa?

#Enconte o jornalista Rafael Bonfim no Facebook. Clique aqui para acessar o perfil.