Quando comenta-se questões ligadas aos direitos da pessoa com deficiência, um dos aspectos mais lembrados, se não o mais lembrado, é o respeito e a falta de respeito às vagas exclusivas para pessoas com deficiência, ou idosos. Uma série de mobilizações já foram feitas em prol a esse gesto simples de educação, incluindo campanhas governamentais, e por mais que a população já saiba disso, o desrespeito continua.
Recentemente a Gazeta do Povo publicou uma matéria interessantíssima, assinada por Raphael Marchiori, divulgando um ranking dos estacionamentos onde há os maiores índices de uso indevido dessas vagas. O campeão disparado é a rede dos Supermercados Condor. O conjunto das 17 lojas da cidade atingiu a marca de 207 reclamações recebidas por meio do número 156 da prefeitura de Curitiba, entre janeiro de 2011 e agosto de 2012. Clique aqui para ler a matéria completa.
Esse assunto recorrente mostra quão frágil a fiscalização é, evidencia a mobilização fraca dos estabelecimentos quando a lei é descumprida e reforça o império do jeitinho brasileiro no nosso comportamento. Além disso, é uma discussão primária, que impede que a inclusão seja debatida em níveis mais profundos.
O engenheiro mecânico paranaense Sérgio Yamawaki criou um dispositivo inusitado para coibir ações como essa. A criação dele fez barulho na mídia e que bom que fez. O Totem de Acessibilidade funciona como um fiscal eletrônico, com capacidade de cobertura de mais de 10 vagas simultaneamente. Ao ser instalado próximo a uma vaga exclusiva, o aparelho fará a leitura da placa do veículo e se caso o carro não tenha a licença para usá-la, o motorista receberá um aviso sonoro, dizendo que a vaga é exclusiva e que ele não pode estacionar ali.
Confira a matéria do Paraná TV e entenda melhor como o dispositivo funciona:
A meu ver o benefício vai além do respeito à lei. É uma iniciativa com potencial de transformar positivamente a imagem dos próprios estabelecimentos que se dispuserem a instalar o totem em seus estacionamentos. É sinal de respeito também ao consumidor que escolheu frequentar aquele local. É uma ação que diz que a empresa quer que o direito seja garantido e que se preocupa com isso.
Então você, meu caro empresário, pense nisso. O debate da fiscalização e aplicação de multas é chato e praticamente infinito. O empresariado diz que a responsabilidade é dos órgãos públicos e os órgãos públicos dizem que a responsabilidade é do dono do estacionamento, que é um espaço privado, e os agentes têm limitações para atuar ali.
Além disso, é uma iniciativa que poupa o colaborador da sua empresa, ou até você mesmo, de se indispor com o cliente que usa mal a vaga. Por mais que seja uma atitude cívica, ninguém quer dar de dedo na pessoa que gera lucro para o seu estabelecimento. Deixe que uma máquina faça isso. O cliente que pisou na bola pode nem ficar tão bravo assim. Ele vai parar em outro lugar e pronto. Ou você pode até perdê-lo, mas será que não vai ganhar outros?
Por isso consumidores e empresários podem assumir um papel importante na viabilização dessa ideia. Compartilhe e manifeste o seu apoio, aqui mesmo no blog. O totem precisa entrar em produção e o apoio popular pode fazer com que os processos corram mais rapidamente.
Você adotaria uma ferramenta como essa? Qual a sua opinião?
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