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A Comissão Europeia lançou essa semana uma consulta pública sobre as suas iniciativas futuras para eliminar as barreiras que os europeus com deficiência enfrentam. Esta consulta ajudará a Comissão a elaborar as suas propostas relativas a leis europeias para a acessibilidade. A iniciativa visa assegurar que as pessoas com deficiência tenham acesso, em condições de igualdade com as demais, ao meio físico, aos transportes e aos serviços de informação e de comunicação.
Essa consulta é uma das ações do programa Estratégias europeias para a deficiência 2010 – 2020, lançado em novembro do ano passado. O carro chefe do programa é o Ato pela acessibilidade europeia, um conjunto de ações que trata a acessibilidade sob quatro campos principais:
• Arquitetura e transporte
• Acesso à informação
• Produtos e serviços
• Indústria e comércio
Na minha opinião, esse foi o primeiro pulo do gato. O segundo pulo do gato é o fato da proposta ter agregado pessoas da 3ª idade ao público que será beneficiado pelo “Ato”. No documento de apresentação do programa, a Comunidade Europeia a todo o momento aponta o idoso como um grupo tão importante quanto as pessoas com deficiência, quando o assunto é acessibilidade global.
A Europa possui hoje aproximadamente 80 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, sendo essa proporção de 1 a cada 6 habitantes. É um número expressivo, com potencial para mercados específicos e o continente europeu está se despertando para isso. Um pouco tarde, mas está.
De acordo com o programa, cerca de 32% dos europeus com idade entre 55 e 65 anos apresentam algum tipo de limitação, seja de locomoção ou de saúde, e essa porcentagem aumenta para 40%, 60% e 70% a cada 10 anos de envelhecimento.
O objetivo é que até 2020 os quatro campos das ações estejam em equilíbrio, garantindo que a pessoa com deficiência e o idoso tenham não só acessibilidade de locomoção ou aos estabelecimentos, mas também acesso a produtos e serviços específicos. Para que a indústria e o comércio sejam atores fundamentais nesse processo, a Comissão Europeia também prevê medidas que favoreçam a produção e comercialização deles, a preços diferenciados.
Um estudo feito pelo Instituto Real dos Cegos, no Reino Unido, mostrou que o investimento de 35 mil euros para tornar o site de uma rede de supermercados acessível, rendeu um retorno de mais de 13 milhões de euros por ano à rede. A Alemanha realizou uma projeção, mostrando que com instalações mais acessíveis, as pessoas com deficiência viajariam mais, contribuindo para um aumento do volume de negócios da indústria do turismo alemão entre 620 mil e 2 milhões de euros.
A inclusão, se olhada de maneira mais holística, gera negócios, mobilidade social, desenvolvimento econômico e quebra de preconceitos. Uma alternativa é possível.
Para dar a sua opinião sobre as medidas adotadas, clique aqui. Para saber mais sobre o Ato pela acessibilidade europeia, clique aqui.
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