O Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, comemorado no dia 03 de dezembro, foi estabelecido pela Organização das Nações Unidas, em 1992, como conseqüência dos trabalhos realizados durante a década da pessoa com deficiência, entre 1983 e 1992, capitaneada também pelas Nações Unidas.
Curitiba comemorou a data na última sexta-feira, dia 02, com uma caminhada, entre a Rua XV e a Praça Ozório, contando com a participação de milhares de pessoas. Alunos da rede municipal de educação especial, pessoas engajadas na mobilização (deficientes, ou não), familiares e amigos percorreram a caminhada que teve como tema “Curitiba abraça essa causa”.
Duas apresentações culturais fizeram parte do dia: a Cia de Dança Junior de Oliveira levou duas duplas de dançarinos, uma de samba e outra de gafieira. Um dos dançarinos tem síndrome de down. A outra atração foi o cantor de reggae Rafa Gomes.
De acordo com os organizadores, um dos principais focos do evento no ano passado foi conscientizar a população da cidade para a importância de garantir acessibilidade a todas as pessoas com deficiência.
Veja a reportagem da TV Prefeitura, sobre a caminhada de 2010:
Em 2011, a proposta foi conscientizar a população sobre os direitos e necessidades das pessoas com deficiência. Só que eu não pude deixar de notar uma recorrência:
Acessibilidade arquitetônica… Ainda isso?
A discussão da inclusão da pessoa com deficiência corre o risco de se tornar repetitiva, sem ousadia, nem inovações, se a pauta for sempre essa. Falar sobre guias rebaixadas, calçadas, transporte público, ou construções é de suma importância, mas é uma ação primária. Essa é a maior referência que a maioria das pessoas tem quando o assunto é inclusão e quanto mais batermos nessa tecla, cada vez menos o debate vai sair dessa esfera, então por que insistimos?
Por que nem isso é contemplado?
Por que é o tema mais recorrente?
Por que ele é mais aceito para ser colocado em debate?
Não podemos organizar um evento de reconhecimento às ações e projetos de sucesso? Não podemos divulgar metodologias pedagógicas inovadoras? Por que não celebramos o esporte inclusivo?
Como a data é comemorada internacionalmente, fui buscar exemplos em outras cidades, ou estados, e encontrei iniciativas interessantes. Trago-as para que quem se importa se inspire e tenha ânimo para realizar ações cada vez mais ousadas, afinal, inclusão é isso. É ter a audácia de dizer “Derrube esse limite imbecil junto comigo. Aprenda, olhe de outro jeito. Seja corajoso e diga não”.
São Paulo
O estado de São Paulo organizou a sua 2ª Virada Inclusiva, com 24h de programação cultural e esportiva, que aconteceu entre os dias 03 e 04 de dezembro. O Dia Internacional da Pessoa com Deficiência foi comemorado em 35 municípios, com cerca de 500 atrações, que aconteceram em espaços com acessibilidade e com recursos para facilitar o acesso ao conteúdo, como informações em braile e tradução em Libras.
Entre os destaques da programação artística da capital paulista, estiveram shows da cantora Adriana Calcanhoto e da banda Tribo de Jah, oficinas de percussão com deficientes auditivos, balé inclusivo, coral em Libras, sessões de cinema e exposição fotográfica com audiodescrição para cegos, contação de histórias em Libras, teatro para o público adulto e infantil, exposições sensoriais de artes plásticas, visitas monitoradas aos museus e ao Zoológico.
No campo esportivo, a Virada ofereceu exibições e oficinas de vôlei sentado, basquete, esgrima e tênis em cadeira de rodas, surfe, futsal, xadrez e futebol de 5 (para deficientes visuais), judô, bocha, goalball, capoeira, natação, caminhadas e passeios a pé e de bicicleta, entre outras ações recreativas.
Saiba como foi a Virada Inclusiva de 2010. Veja a matéria veiculada pelo Jornal da Gazeta:
Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, O CIAD Mestre Candeia, sede da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPD) foi palco de uma série de apresentações e oficinas.
A festa teve a participação do artista Marcos Frota e de seu circo (Unicirco), o Grupo de Capoeira inclusiva da SMPD, dança em cadeira de rodas com o Grupo Pulsar, exposição de quadros dos artistas da Associação dos Pintores com a Boca e os Pés (APBP), além das obras artísticas das oficinas oferecidas pelo CIAD. A festa foi encerrada com o samba dos Embaixadores da Alegria (primeira escola de samba do mundo voltada para pessoas com deficiência).
No mundo
O tema mundial do DIPD de 2011 foi Juntos por um mundo melhor para todos: incluindo pessoas com deficiência no desenvolvimento.
Curitiba, nós podemos fazer mais. Nos vemos em dezembro do ano que vem.
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