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A televisão americana lançou no mês passado um novo reality show chamado Push Girls (Garotas que empurram, em tradução livre). O seriado de 14 episódios é exibido pelo Sundance Channel e acompanha a vida de quatro mulheres cadeirantes, com limitações diferentes entre si. Auti, Mia, Angela e Tiphany formam um elenco de mulheres que convivem com a limitação há mais de dez anos e o reality apresenta-as em um momento já maduro da inclusão íntima, mas sem deixar de lado conquistas novas que são documentadas pelo programa.

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Apesar do contexto de vida de cada uma não ter quase nada a ver com a realidade brasileira, acredito que a proposta traz aproximações interessantes ao tema central que podem ser adotadas aqui.

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O cenário do seriado é o primeiro ponto. As quatro protagonistas moram em Hollywood e, talvez por isso, a arte foi o caminho escolhido por três delas, sendo uma atriz e modelo, uma modelo e a outra dançarina de um grupo profissional. Tudo isso faz com que o público tenha contato não só com a vida particular delas, mas também perceba a maneira como a cultura da cidade recebe as iniciativas de uma pessoa com deficiência nos ramos escolhidos por elas.

Alguns pontos individuais das personagens adicionam elementos ainda mais curiosos e de dramaticidade ao programa. Mia, por exemplo, era uma nadadora competitiva durante a sua adolescência e um dos desafios que Push Girls acompanha é o seu preparo para retornar às piscinas, mais de 15 anos depois de ter adquirido a deficiência. Auti apresenta os desafios e preocupações que tem em relação ao seu desejo de ser mãe, enquanto Angela representa a mulher recém-divorciada.

Além da inclusão da pessoa com deficiência, o programa abre espaço para discussões sobre diversidade sexual, com a história de Tiphany, a modelo de 28 anos que é bissexual e questiona pontos relacionados a esse universo. A relação que essa personagem tem com a deficiência é diferenciada também. Tiphany é a única sobrevivente de um acidente de carro que matou dois de seus amigos. Além disso, ela passou por um período complexo e doloroso de recuperação. O acidente foi provocado por um motorista bêbado e a personagem reage à tragédia sendo modelo de campanhas de conscientização no trânsito.

O reality show realmente parece apresentar uma abordagem nova sobre inclusão, levantando singularidades interessantes e eu fui surpreendido. Quando li mais sobre a premissa do programa e vi a intenção principal dos produtores do Sundance Channel, notei mais uma diferença de postura. De acordo com o canal, Push Girls quer mostrar ao público um mundo que muitos têm curiosidade, mas receio de explorar, adotando uma abordagem aberta e verdadeira. Em nenhum momento a equipe de produção fala em “mostrar que apesar da deficiência, as mulheres têm uma vida normal e são felizes”. Eles falam em superação e atitude sim, mas colocando isso como um elemento e não como atração principal. Eu achei isso revigorante.

Push Girls ainda não tem previsão de chegada ao Brasil e infelizmente todo o material que encontrei está em inglês. Compartilho o vídeo de divulgação e acho realmente uma pena não ter legenda. Quem quiser saber mais sobre o programa, pode acessar o site http://www.sundancechannel.com/push-girls/.

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