Uma iniciativa colocada em prática por um radialista evidencia de maneira participativa os problemas das calçadas curitibanas. O site Minha Calçada foi ao ar há cerca de um ano e meio e de lá para cá já recebeu mais de 37 mil visitas.
A ideia é bem simples: se você estiver andando pela cidade e encontrar uma calçada mal conservada, com buracos, com entulho, inacabada, ou ainda, encontrar um canto que sequer tem calçada, tire uma foto, ou faça um vídeo. Depois entre no site Minha Calçada e envie o seu material. O seu flagra estará exposto, com a localização pontuada e os créditos das imagens serão dados a você.
O projeto foi idealizado pelo radialista Claudemir Cassarotti, de 52 anos. “Um dia eu li uma matéria sobre uma pesquisa que classificou as calçadas de Curitiba entre as três melhores do Brasil. Eu duvidei e fui até os locais que eles avaliaram. Vi um monte de irregularidades, fotografei e criei o site”, conta.
A mobilização do poder público depois da notoriedade do site existiu, mas de maneira tímida, segundo Claudemir. Ele observou que a Prefeitura chegou a promover reparos em algumas calçadas comentadas na página, mas as obras aconteceram apenas na região central da cidade.
A matéria que divulgou o site Minha Calçada, assinada por Talita Boros, apurou que de acordo com a organização Mobilize, que atua no setor de mobilidade urbana sustentável, Curitiba tem 4.600 km de extensão de ruas e 9.200 km de calçadas. Desse total, pouco mais da metade, 5.520 km, são de calçadas pavimentadas – o restante são trechos com mato, valetas e terra. Dados da organização indicam que menos de 2% estão adequados às normas de acessibilidade.
Uma ação como essa é benéfica para todos. É democrática, sem custo e cobra ação dos responsáveis pela preservação do espaço de circulação pública. Durante a minha conversa com o Claudemir, eu não pude deixar de comentar a ação sob o ponto de vista da pessoa com deficiência. O criador do Minha Calçada me contou que um dos propósitos do site é atender a esse público.
“Uma das coisas que mais me chama a atenção é a falha na construção de rampas rebaixadas nas calçadas. Já vi rampas que são obstruídas por postes, buracos, que estão pela metade, ou ainda que não têm ligação com o outro lado da rua. O cadeirante desce por uma rampa e do outro lado não há nenhuma. Eu sou um simples usuário comum das calçadas, não tenho conhecimento de engenharia, mas eu imagino que é necessário haver um estudo para fazer isso direito, não é mesmo?”
Esse depoimento encerra a ironia.
Clique aqui e conheça o site Minha Calçada. Para mandar a sua foto, ou vídeo, envie um email para minhacalcada@gmail.com.
*Entre em contato com o autor no blog. Escreva para inclusilhado@hotmail.com.
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