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Aroldo Murá, o grande jornalista que acaba de nos deixar, foi também um expressivo memorialista, especialmente da Curitiba que escolheu para viver desde o início da juventude. Aos 82 anos, 62 deles dedicados à profissão, trabalhou até os últimos dias.
Acompanhou como poucos as mudanças ocorridas na cidade, que citava com precisão que só uma memória privilegiada como a dele podia atingir. Produziu grande quantidade de artigos e publicações mais volumosas – como a coleção de 13 edições de “Vozes do Paraná”, em que perfilou centenas de personalidades, que compõem um dos mais valiosos acervos para pesquisadores de nossa memória.
Amigo e colaborador do Instituto Jaime Lerner, foi também um estudioso dos temas urbanos. Graças à sua vasta cultura e à curiosidade que o movia o tempo todo, seus escritos sobre cidades – como tudo o mais que produzia – tinham sempre a dimensão do olhar holístico. À conta desse olhar, ele conhecia o desenho escondido da cidade.