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A educação reprova os políticos?
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Em seu programa de tevê na tarde desta terça-feira, Dilma Rousseff reservou um bom tempo para falar sobre o que definiu como conquistas de seu governo na área educacional. O que soou como uma espécie de antídoto, prévio ou não, às eventuais críticas por conta do resultado do Índice Nacional de Desenvolvimento da Educação (IDEB) de 2013, divulgado na semana passada.

O que é o IDEB

O IDEB é uma ferramenta sofisticada de avaliação de desempenho escolar, que fornece de dados muito específicos (como o índice alcançado por uma escola rural de Quitandinha, por exemplo) a dados nacionais. Para fazer as medições, são tomadas duas disciplinas (Matemática e Língua Portuguesa) em três anos específicos (4ª série/5º ano, 8ª série/9º ano, no Ensino Fundamental; e 3º ano do Ensino Médio), que servem como parâmetro para avaliação geral das escolas públicas e privadas do país.

O Índice foi construído em 2007 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), e é calculado a partir de dados sobre aprovação escolar obtidos no Censo Escolar e das médias de desempenho nas avaliações do próprio INEP, do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e da Prova Brasil (avaliação aplicada aos alunos do 5º ao 9º anos do Ensino Fundamental).

Com base na ferramenta e no planejamento de políticas para a educação, o governo pretende fazer com que, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, o país alcance o valor de avaliação de 6,0 – equivalente à média dos países desenvolvidos.

Brasil: empate com viés de derrota

Segundo os dados do IDEB divulgados na semana passada, a qualidade do Ensino Médio público caiu em 16 Estados entre 2011 e 2013. No cômputo geral, permaneceu no mesmo patamar, de 3,7. Isso, porém, representa um declínio, uma vez que o valor projetado para 2013 era de 3,9.

Nos anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano), o índice geral melhorou e alcançou a meta estabelecida pelo governo para o ano, passando de 4,7 para 4,9. Nos anos finais (6º ao 9º ano) da mesma etapa do ensino, também aumentou (de 4,0 para 4,1), mas ficou abaixo da meta, que era de 4,4.

Ou seja: somando avanços e retrocessos, ficamos no empate com viés de derrota.

Prêmio e reprovação

A União (e, por extensão, o governo de Dilma Rousseff) não é o único responsável pelos bons ou maus resultados do ensino público no IDEB. No caso da Primeira Infância (0 a 3 anos), da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, a responsabilidade de promoção e gestão é dos municípios; no caso do Ensino Médio, dos Estados. As responsabilidades acabam compartilhadas por conta dos mecanismos de financiamento e também porque a educação é um processo contínuo – o guri mal preparado no Ensino Fundamental tende a repetir a mesma performance no Ensino Médio.

 E o Paraná neste bolo

No caso do Paraná – o que interessa aos candidatos e, mais ainda, ao eleitorado local -, os resultados foram os seguintes: nos anos iniciais do Ensino Fundamental (4º e 5º ano), o índice passou de 5,4 para 5,8 e superou a meta projetada pelo MEC, de 5,5; no caso dos anos finais (6º ao 9º ano), estacionou em 4,1, o que representou uma derrota, visto que a meta era de 4,6. No Ensino Médio, bomba geral: o IDEB passou caiu de 3,7 para 3,4, para um valor projetado de 3,9.

Comparando com os dois outros estados do Sul, temos os seguintes resultados: em 2013, nosso Ideb do ensino público para os anos iniciais do Ensino Fundamental ficou em segundo lugar, atrás do de Santa Catarina (5,9) e às frente do dos gaúchos (5,4); para os anos finais, idem, atrás dos catarinenses (4,3) e à frente dos gaúchos (4,0). No caso do Ensino Médio, ficamos na terceira posição, com os gaúchos na primeira posição (3,7) e os catarinenses na segunda posição (3,6).

Os melhores índices para o ensino público foram os seguintes: para os anos iniciais do Ensino Fundamental, Minas Gerais (5,9); para os anos finais do Ensino Fundamental, idem (4,6); e para o Ensino Médio, Goiás (3,8 – rede estadual).

O IDEB também mede os candidatos

Se você vê a educação como essencial e quer saber se os seu candidato entende do assunto, peça para ele falar um pouco mais sobre o IDEB e sobre os valores no seu estado ou município. Se ele não souber responder, mande o dito cujo pesquisar ou, então, reprove sem piedade.

Para conhecer a pontuação do IDEB em todas as unidades escolares, redes municipais, estaduais, públicas e privadas, clique aqui. Para saber mais sobre educação, visite o Portal do Movimento Todos pela Educação.

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