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A ocasião faz o mau gosto

Abro o portal de notícias da UOL para descobrir uma com o seguinte título, ainda a propósito do acidente que vitimou o candidato Eduardo Campos: “Havia restos mortais até no alto de prédio depois da queda do avião”. A notícia, é claro, está bem ranqueada – e a terceira mais lida das últimas horas -, o que revela o interesse arquetípico despertado no público por situações como essa. Um interesse primitivo, sem dúvida, que é aproveitado de forma calhorda pela imprensa. A ocasião, enfim, faz o mau gosto.

A pesquisa e as ruas

A divulgação da pesquisa Datafolha de intenção de votos nesta sexta-feira – Richa com 39%, Requião com 33% e Gleisi com 11% – deve animar a campanha nas ruas de Curitiba. Até o momento, a propaganda de Beto Richa é de uma raridade incrível – pelo jeito, estão guardando a pólvora. Requião, por sua vez, aparece em cavaletes minúsculos da candidata a deputada Dr. Clair com a frase “Agora é Requião irmão” (assim mesmo, sem vírgula). Gleisi é a que mais aparece, com cavaletes diferentes (alguns com a foto dela, outros com fotos de personagens de campanha) em vários pontos da cidade.

Os dados de hoje, tenho para mim, vão dar o tom da campanha em locais estratégicos de Curitiba, como a Boca Maldita. Sábado de campanha na Boca, pela manhã, aliás, é a verdadeira festa da democracia – que, até a semana passada, estava meio aguada. Vejamos o que rola amanhã.

bacamarte

No “Feici”

No Facebook – pelo menos, na minha conta – já é perceptível um “micromovimento de tropas”. Tenho um amigo dizendo “ta todo mundo com o Beto” (assim mesmo, sem acento) e outro chamando o Requião de “nosso querido governador”.

Sem acordo ortográfico

Os candidatos, aliás, deveriam incluir o corretor ortográfico em suas campanhas. Ou eles assinaram um acordo ortográfico que suprime os acentos (e, às vezes, os “s”), ou o caso é de atentado puro e simples à língua portuguesa.

Last, but just last

Se vencer as atuais eleições, Roberto Requião vai se tornar o maior político da história do Paraná. Não sei se em qualidade – isso fica para a avaliação do leitor, dos acadêmicos e da História -, mas em tempo de mandato. Longevo assim, imagino, nem no Brasil Colônia.

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