A associação entre apelidos e alimentos é, provavelmente, herança de um tempo em que as pessoas não tinham nome, mas apenas uma posição no corpo social. A melhor prova está em sobrenomes atuais – casos, por exemplo, dos germânicos “Schmidt” (“schmied”, ferreiro), “Schumacher” (sapateiro), “Schneider” (alfaiate) e “Becker” (“bäcker”, padeiro).
No caso da comida, por conta do apelo sensorial, a lógica é ainda mais lógica, como provam as muitas e estimadas “tias da coxinha”. Em alguns casos, porém, a coisa parece virar no avesso do avesso, como demonstram outros nomes de candidatos às próximas eleições: Zé Filho da Farinha (Maranhão), Louro do Frango (idem), Milho Borracheiro (Minas Gerais), Cocadinha Cruz Chapéu de Couro (São Paulo), Mãe Preta do Acarajé (idem) e Português da Mandioca (bis). É um apelido em cima do outro, enfim.