Na política brasileira, os debates eleitorais despertam a atenção pelo que têm de bufo. O debate estadual de ontem, na Band, não só não brindou o público com um “circenses” de qualidade – a não ser, talvez, no modelo side show, das atrações de horror -, como também trouxe os candidatos em sua faceta mais azeda e medíocre.
O debate foi chatíssimo, sem tiradas de humor e com uma maldade média que nos alerta sobre o presente-futuro da política no Paraná. Isso, sem contar a absoluta ausência de propostas – deixei o tema por último, aliás, porque ele simplesmente não chegou no programa de ontem da Band.
O mais relevante:
. A agudeza menos aguda de Roberto Requião, que, aparentemente foi afetado pelo tempo fornecido para as respostas – ou, simplesmente, não estava em um dia particularmente inspirado, mesmo chamando Richa de “Carlos Alberto”.
. A habilidade do mediador do encontro, o jornalista Fabrício Binder, ao lidar com a saraivada de pedidos de direito de resposta – como um analista observou durante a cobertura ao vivo do debate, estava mais para lista de comandas de restaurante em dia cheio do que para um debate que deveria ser civilizado. 100% Hell’s Kitchen.
. O azedume que marcou os candidatos “menores”, que também surfaram nas críticas e nas tentativas de crescer no sangue alheio.
. A lembrança endêmica de processos judiciais, tarados e presídios – o que sintetiza o cenário da nossa política.
. Em tempo: participar da cobertura em tempo real do debate, pela Gazeta, foi uma experiência muito interessante. É notável perceber o grau de envolvimento e agudeza dos jornalistas – verdadeiro scanning do embate. No próximo encontro, vale a pena acompanhar.
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