Ernesto Pedroso não é mais vice-presidente de futebol do Coritiba. O dirigente entregou, no início da noite desta segunda-feira (6), sua carta de renúncia ao presidente Rogério Bacellar. A gota d’água foi a realização de um abaixo-assinado dentro do Conselho Deliberativo do clube pedindo a cabeça de Pedroso.
“Soube do abaixo-assinado e, 15 minutos depois, entreguei minha carta de renúncia ao Bacellar. Para me tirar só precisa de uma assinatura, a minha”, disse Pedroso, ao Intervalo, por telefone.
Há cerca de um mês, um grupo de conselheiros tinha ido até Bacellar para pedir que o comando do futebol não ficasse centralizado em Pedroso. Na verdade, uma tentativa velada de tirá-lo do cargo. Bacellar contornou a crise – e Pedroso acabou ganhando força com o empate no Atletiba e a vitória sobre o Cruzeiro.
Esta é a segunda renúncia no G-5 alviverde. Em maio, Ricardo Guerra, 4º vice-presidente, entregou o cargo, no que foi seguido pelo CEO João Paulo Medina. Pedroso disse que sua cabeça foi pedida pelo mesmo grupo político que acabou levando Guerra a renunciar. Trata-se do grupo que tem no Conselho Administrativo dois vice-presidentes, André Macias e Pierre Boulos, além do presidente do Deliberativo, Pierpaolo Petruzziello. As três correntes se uniram para eleger Bacellar contra Vilson Ribeiro de Andrade.
“Fiz política, fui conversar com ex-presidentes, achando que teria o apoio de todos. Fui traído. Sinto pelo Bacellar, que é um homem de bem”, afirmou Pedroso. Confira os principais trechos da entrevista exclusiva do agora ex-vice-presidente.
O que motivou sua saída?
O Coritiba tem um Conselho muito exigente. Sem dinheiro, querem vitórias, querem o Coritiba vencedor que sempre foi. Criaram um movimento para me tirar, um abaixo-assinado. Soube do abaixo-assinado e, 15 minutos depois, entreguei minha carta de renúncia ao Bacellar. Para me tirar só precisa de uma assinatura, a minha. Não estou afim de ser enxovalhado. Fiquei chocado com essa atitude.
Esse movimento pela sua saída não é de hoje. Tinham ido ao Bacellar há algumas semanas.
Pois é. Vocês que estão fora do clube sabiam, eu não. Tem um grupo muito radical dentro do clube, difícil de conviver. Esse grupo já motivou a saída do Guerra.
Agora esse grupo fica hegemônico dentro do Coritiba?
Para o Coritiba é perigoso. Fiz política, fui conversar com ex-presidentes, achando que teria o apoio de todos. Fui traído. Sinto pelo Bacellar, que é um homem de bem. Espero que eles sejam felizes.
A situação que você encontrou agora foi mais difícil que a da passagem anterior?
Muito pior do que com o Vilson. A situação do clube é economicamente precária. Fazer futebol sem dinheiro é uma luta inglória.
Havia um incômodo de pessoas do clube por você falar muito com a imprensa. Em algum momento chegou a você essa cobrança para falar menos?
Quem sempre comprou briga pelo clube? Quem sempre pôs a cara a tapa? Nunca fui antiético, nunca fui contra os interesse do clube. Falei o que eu tinha autonomia e conhecimento para falar. Nunca falei merda. O que não deu certo foi porque as circunstâncias mudaram, como na demora com o acerto do Welllington Paulista, no início do ano.
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