Faltam alguns acertos financeiros para que se concretize a transferência do meia argentino Alan Ruíz para o Atlético.
A primeira parte diz respeito diretamente ao San Lorenzo – e é a mais encaminhada para dar certo. O Furacão foi o único clube brasileiro a apresentar uma oferta concreta ao Ciclón pelo jogador: US$ 150 mil por um empréstimo de um ano e opção de compra de US$ 2,5 milhões.
O valor está dentro do esperado pelo San Lorenzo. A um empresário que faz negócios com o clube, o vice-presidente Marcelo Tinelli chegou a dizer que uma oferta de empréstimo de US$ 150 mil do Brasil já seria suficiente para convencê-lo.
A opção de compra está abaixo dos US$ 4 milhões do contrato com o Grêmio, mas também não deve ser problema. Ruíz está menos valorizado agora do que ano passado e tanto o real como o peso argentino desidrataram um pouco mais em relação à moeda norte-americana. O jogador de 21 anos também tem sido pouco utilizado pelo atual treinador. Edgardo Bauza prefere trabalhar com atletas mais experientes. Na posição de Ruíz, têm sido mais utilizados Mercier (35 anos), Romagnoli (34 anos), Ortigoza (30 anos) e Buffarini (26 anos).
A outra parte diz respeito diretamente a Alan Ruíz. No San Lorenzo, seu salário bruto é de US$ 15 mil. Para voltar a jogar no Brasil, o meia pretende manter o salário que recebia no Grêmio: US$ 40 mil livre de impostos. Na prática, diante da desvalorização do real perante o dólar, Ruíz receberia um aumento. Se no fim de setembro seu salário líquido valia cerca de R$ 105 mil, hoje passaria da casa dos R$ 120 mil.
Considerando que o Atlético ainda arcaria com impostos, o custo mensal de Ruiz superaria a faixa dos R$ 150 mil, valor acertado com Walter, até o momento principal reforço rubro-negro para o Brasileirão.
A dolarização dos salários e a negociação de um valor líquido é prática comum no mercado sul-americano (refiro-me à parte que fala espanhol). Outros itens de série ao negociar com um hermano são pagamento de luvas e comissão a empresário.