![Estudo indica: recessão chegou de vez ao futebol brasileiro Estudo indica: recessão chegou de vez ao futebol brasileiro](https://media.gazetadopovo.com.br/vozes/2014/10/itau_futebol-2c7335b2.jpg)
‘O banco Itaú lançou, semana passada, a edição 2014 da análise financeira dos clubes brasileiros. O diagnóstico, com base nos balanços de 2013, é de que parou de entrar dinheiro. As receitas brutas dos 23 maiores clubes do país haviam crescido, nos três anos anteriores, 26% (2010), 28% (2011) e 31% (2012). Ano passado, o aumento foi de apenas 9%. Pulou de R$ 2,9 para 3,2 bilhões. A desaceleração foi determinada pelas receitas de TV, que não se alteraram em relação a 2012 e ainda tiveram a perda da inflação (5,9%).
Círculo vicioso
Se a receita cresceu pouco, o custo do futebol aumentou. Segundo o balanço, as despesas subiram 16%, dentro de um ciclo sombrio apontado pelo estudo. “Os clubes contratam muito e mal, investem pouco em categorias de base, carregam atletas caros e de pouco efetividade, montam elencos desequilibrados e dependentes de receitas extraordinárias. O círculo vicioso está criado: com elencos desequilibrados os times não atuam bem, os patrocínios não retornam, o torcedor não vai ao estádio, a venda de atletas fica mais difícil e, no fim do dia, faltará dinheiro”, diz o estudo.
Fator Arena
O estudo dedica capítulos específicos por clube. No Atlético é apontado o crescimento de receita total (17%), com destaque especial para estádio: “42%, apesar de não atuarem na Arena da Baixada”. É exatamente no estádio que o banco aposta para o Atlético fechar as contas em 2014, combinado a venda de atletas e redução de custos.
Negociação direta
Outro destaque feito pelo banco nas finanças do Atlético são financiamentos diretos com fornecedores. Embora diga não ter em mãos detalhamento que permita saber a origem dessa receita, o Itaú aponta que o movimento rendeu R$ 26 milhões que permitiram ao clube gerir o ano. O clube também registrou o recebimento de R$ 15 milhões da ação contra a Federação referente ao Pinheirão.
Boa notícia…
A análise financeira do Coritiba se divide entre evoluções e possibilidade de risco no médio prazo. As receitas cresceram 11%, impulsionadas pela venda de direitos econômicos (42%). Para manter a pegada em 2014, só com bilheteria e sócio-torcedor, ambas em queda. A redução de custos e despesas em 5% também é sublinhada.
… e má
O risco é representado pelo aumento de dívida bancária. Segundo o estudo, foram R$ 17 milhões em empréstimo para fechar o caixa. O equilíbrio financeiro está em controlar a elevação da dívida bancária e manter as receitas que dependem da torcida.
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