Reunião que discutiu a Copa Sul-Minas 2016: notem a presença de Ricardo Gomyde, candidato derrotado na FPF, à esquerda. (Albari Rosa/ Gazeta do Povo)| Foto:
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A reunião que encorpou a criação da Liga Sul-Minas, hoje, em Curitiba, já pode ser considerada histórica. Primeiro porque reforça a caminhada dos clubes para assumir o controle do próprio nariz, trocando os estaduais por uma competição mais forte tecnicamente e financeiramente rentável. Segundo porque finca um estaca na alma das federações envolvidas, que teriam nas mãos, na melhor das hipóteses, um estadual menor com os principais clubes desinteressados.

 

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Como já era previsível – e escrevi a respeito em algum momento -, a criação da liga ganhou corpo quando os dois principais players deram o ok: a televisão, que é quem paga, e a CBF, que é quem precisa reconhecer o torneio para encaixá-lo no seu calendário e validar os contratos dos jogadores perante a Fifa.

 

Mesmo os clubes que ainda não aderiram vão acabar se juntando a quem está no barco. Refiro-me diretamente a Grêmio e Internacional, os dois gigantes da “região” ausentes da reunião. Quando a bola começar a rolar, é provável que eles e não a dupla Fla-Flu estejam dentro de campo.

 

A presença de Flamengo e Fluminense na reunião parece muito mais uma forma de pressão sobre a Federação Carioca, com quem a dupla vive às turras. Ainda assim, se seguirem até o fim, embora descaracterize qualquer identidade regional do torneio, os cariocas tornarão a liga mais forte tecnicamente e atrativa comercialmente. E sem uma região para empacotar no nome, o torneio ganha uma enorme possibilidade de nascer com naming rights e ser dar opção para nomes fantasia.

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Quem, obviamente, não está achando nenhuma graça são as federações. Como escrevi no início, na melhor das hipóteses as federações envolvidas ficam com estaduais esvaziados para administrar. Na prática, é a assinatura de uma sentença de morte. Legalmente, as ligas podem constituir tribunais desportivos próprios e assumir o registro de jogadores.

 

Como haverá acesso via estaduais ao torneio, mesmo que de alguns participantes, um passo natural é a liga assumir estes estaduais, transformá-los em uma espécie de divisões de acesso regionais. Sobraria um papel ainda mais secundário para as federações. Se tornariam entidades totalmente dispensáveis, com futebol profissional sob o comando da liga e as competições amadoras podendo se organizar sob o mesmo formato.

 

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