Por Guilherme Moreira, especial para a Gazeta do Povo
A negociação entre prefeitura de Curitiba e Paraná, que daria ao clube um novo estádio no Boqueirão e ao município uma nova sede administrativa onde hoje é a Vila Capanema, está parada. A reunião esperada pela diretoria tricolor para o fim do ano passado não aconteceu e o otimismo em torno da nova casa dá lugar a um certo temor. Tudo por causa da mudança no ministério do Planejamento (saiu Miriam Belchior, entrou Nelson Barbosa), acompanhada da diretriz geral no governo federal para reduzir gastos e aumentar arrecadação.
“O novo Ministro pediu para analisar o caso e estamos aguardando. Por enquanto, a negociação parou. O governo tem que nos ceder a área para a gente volte a negociar com o clube, que espera uma indenização pelas benfeitorias feitas no estádio durante esses anos”, afirma Ricardo Mac Donald Ghisi, secretário do governo municipal. Não há prazo para resposta.
Dentro do Conselho Deliberativo do Paraná, a medida é vista com desânimo. Alguns conselheiros já consideram remota a possibilidade de o governo federal, dono da extinta Rede Ferroviária Federal através da União, doar a área de 55,3 mil metros quadrados à prefeitura para a construção de um complexo de prédios da administração municipal. O receio é pelo município estar com caixa reduzido e, por isso, não ter recursos suficientes para indenizar o clube. A certeza, dentro do clube, é de que essa é a única possibilidade de sair do Durival Britto e Silva com algum dinheiro, pois na Justiça dificilmente o imbróglio será favorável ao Paraná pela posse.
Oficialmente, o clube mantém o otimismo com a triangulação envolvendo município e União. “Não tem nada disso [fim de negociação com o poder público]. Algumas alternativas foram nos passadas, mas quem está mais por dentro disso é o presidente”, declarou Aldo Luiz Coser, vice-presidente de futebol.
O imbróglio envolvendo a ação entre o Paraná e a União voltou a correr na Justiça. No último dia 20, o advogado do clube, Marcio Augusto Nobrega Pereira, entrou com uma petição e os autos estão com o Relator. O prazo está correndo, ou seja, sem a suspensão feita pelas partes em setembro, já que não houve acordo definitivo no período de 90 dias – o processo foi reativado no dia 3 de janeiro deste ano.