Adriano no CT do Caju: bons tempos no início, para mais uma dispensa logo após a Libertadores. (Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo)| Foto:
CARREGANDO :)

O Le Havre, da segunda divisão francesa, quer levar Adriano Imperador. Parado desde abril, quando deixou o Atlético, o atacante foi convidado para conhecer o clube. Se topar, passará por um período de preparação física e psicológica antes de assinar contrato, exatamente como fez no CT do Caju. “A estratégia é colocar ele no melhor nível, como no passado. E depois dele passar um tempo aqui, os melhores clubes podem vir buscá-lo”, disse o presidente do Le Havre, Christophe Maillol, ao GloboEsporte.com.

 

Publicidade

O Intervalo conversou sobre Adriano com Dionísio Banaszewski. Psicólogo e vice-presidente do Atlético, ele coordenou todo o trabalho do clube com o Imperador. Um trabalho que pôs o atacante em condições de jogo, mas não conseguiu um resultado duradouro. O motivo: o próprio Adriano.

 

Se o Le Havre fizer um trabalho prévio como o feito no CT do Caju, é possível ao menos colocar o Adriano em condição de jogo, como o Atlético conseguiu?
Depende dele. Se ele quiser e aceitar tratamento, sem problema nenhum. O problema é ele querer, aceitar ajuda, aí a coisa muda. Qualquer pessoa na situação dele, quando aceita ajuda, é aí que acontece. Não depende de quem vai tentar ajudá-lo. Se não tiver força de vontade, vai repetir a história de outros lugares. Aqui até conseguiu entrar em campo. A questão não é futebol, não é física. A coisa mais importante é o próprio Adriano.

 

Até que ponto o trabalho desenvolvido no Atlético deu certo?
A gente não conseguiu trabalhar com ele como deveria e podia. Ele não aceitou, então não tem como. Fica difícil. É uma questão que depende muito da atitude do indivíduo. Por mais que quem está perto tente, busque, é preciso muita perseverança. Não vejo nada com maldade da parte dele. Tem de ter humildade, compreensão e saber que existem coisas da vida dele e precisa lidar com isso.

Publicidade

 

A colaboração do jogador é o que explica o trabalho com o Rodolfo ter dado certo e com o Adriano?
É o que explica. Tomo muito cuidado, pois é a vida de uma pessoa. A situação é mais ou menos essa. Dá certo quando a pessoa quer. O Rodolfo já fizemos várias entrevistas e o resultado de tudo que se conseguiu até hoje foi pelo emepenho dele. Por mais eficiente que seja o apoio, não vai dar certo se a pessoa não colaborar.

 

A distância do Rio, da família, foi um problema para ele em Curitiba? Pode ser um problema na França?
Não é um empecilho. Tudo é desculpa, tudo é motivo. Quando está longe o problema é porque está longe, quando está perto é porque está junto. Se há determinação, consegue se recuperar em qualquer lugar. Se não tiver esse tipo de determinação, não adianta. O local pode até pesar quando há um grau de intoxicação, você interna para protegrer. Não é o caso do Adriano. É tudo uma questão da atitude dele.