A eleição presidencial entra na última semana e, até o momento, pouco ou quase nada se falou de esporte. A exceção foram algumas menções ao plano de segurança pública aplicado na Copa do Mundo, e só. Ok, há muitos outros temas mais determinantes para o país do que políticas esportivas, mas até esses têm sido deixados de lado ou tratados de forma rasa.
Para ter uma noção do que Dilma Rousseff e Aécio Neves propõem para o esporte, fui aos sites das candidaturas e pincei os planos de governo. Neste post está o de Dilma. O de Aécio está nesta outra postagem.
Lá embaixo, faço alguns comentários.
“O esporte cada vez mais tem se tornado uma política pública com potencial para gerar riquezas, empregos e com muita capacidade de mobilizar nossas crianças, adolescentes e jovens como caminho complementar na construção de oportunidades. Desenvolver um sistema nacional de esportes que integre as políticas públicas entre os entes federados é prioridade.
É urgente modernizar a organização e as relações do futebol, por exemplo, nosso esporte mais popular.
A organização e a realização da Copa do Mundo demonstram que o Brasil está preparado para sediar grandes eventos esportivos, culturais, de integração econômica, ou qualquer outra atividade de mobilização internacional. A Copa das Copas antecipou investimentos urbanos, modernizou nossa infraestrutura esportiva, gerou investimentos em aeroportos e receptivos para o turismo. A realização da Copa do Mundo no Brasil é a vitória política de um país que tem vencido a crise econômica internacional com geração de empregos e distribuição de renda, é a vitória de um país que hoje é respeitado internacionalmente, é vitória da confiança na capacidade do povo brasileiro e a derrota do pessimismo.
Em 2016, sediaremos as Olimpíadas, evento que fará com que, mais uma vez, os olhos do Mundo se voltem para o Brasil. Na área de esportes, este será, certamente, o maior desafio nos próximos anos. Além dos investimentos na organização dos Jogos e na infraestrutura de equipamentos olímpicos, assumimos, em parceria com o Comitê Olímpico Brasileiro e o Comitê Paraolímpico Brasileiro, o desafio de proporcionar condições para que o Brasil figure, em 2016, entre os dez primeiros colocados nos Jogos Olímpicos e entre os cinco primeiros nos Jogos Paraolímpicos.
Para isto, estamos implementando o Plano Brasil Medalhas 2016 que, com investimentos de R$ 1 bilhão, estimulará 21 modalidades olímpicas e 15 paraolímpicas no ciclo olímpico de 2013 a 2016. Garantir a plena execução do Plano Brasil Medalhas será uma de nossas prioridades no próximo mandato. Também daremos continuidade aos investimentos para construção dos Centros de Formação Olímpica em todo o Brasil, inclusive o Centro Paraolímpico Brasileiro, em São Paulo, que será referência para a América Latina e garantirá a nossos atletas paraolímpicos uma infraestrutura de preparação à altura da sua excelência.
Daremos continuidade ao Bolsa Atleta auxílio financeiro que permite a nossos jovens atletas se dedicarem com afinco à sua formação e aprimoramento técnico. Avançaremos também na construção de 285 unidades dos Centros de Iniciação ao Esporte (CIE) em 163 municípios de todos os Estados e no Distrito Federal. Estes centros propiciarão infraestrutura adequada ao surgimento dos futuros talentos esportivos brasileiros, e elevarão a um novo patamar as condições e a estrutura para a prática dos mais diversos esportes em nosso País.”
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Este era o plano. Agora, os comentários.
Basicamente, o plano gira em torno de dois pontos: Copa do Mundo e Olimpíada.
No caso da Copa, exaltação ao sucesso do evento e à infraestrutura construída para tanto. Não importa se muita coisa atrasou, outro tanto não ficou pronto e basicamente tudo ficou mais caro. Deu certo no final, o povo gostou, está tudo certo. Mesmo que não seja – ou não deveria ser – assim.
Há uma transferência dessa ideia para a Olimpíada. Na Copa havia “pessimismo”, o brasileiro provou o contrário. Fará o mesmo na Olimpíada. É a resposta pronta para qualquer desconfiança que surgir nos dois próximos anos.
Fora esse exercício retórico, os Jogos Olímpicos são citados como o grande desafio do esporte nos dois próximos anos. Uma das razões é o grande volume de dinheiro público investido no esporte olímpico brasileiro, seja via legislações específicos, patrocínios estatais ou infraestrutura para formação de atletas. É sobre esse tripé que se espera ver o Brasil ficar entre os dez primeiros no quadro de medalhas.
Decepciona o espaço dedicado ao futebol no plano de governo da presidente. Fala apenas em urgência na modernização da organização e relações com o futebol. É vago demais. Especialmente porque Dilma recebeu representantes do Bom Senso, o governo federal trabalha para endurecer as contrapartidas dos clubes na Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte. Ou seja, o plano esconde o que poderia ser um indicativo já de ação neste sentido.
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