A polêmica postagem de Mario Celso Petraglia no Facebook sobre a torcida do Atlético recebeu resposta da oposição do clube, nesta quinta-feira. Em texto publicado em sua página oficial, o Movimento Atleticano rebateu a declaração de MCP de que o patrimônio do Furacão “vale hoje um bilhão de reais e foi construído sem um mísero tostão da torcida”.
Sob o título “Com nosso tostões atingimos o bilhão”, o Movimento lista situações da história do clube em que a torcida rubro-negra fez a diferença, fala de outros dirigentes marcantes na trajetória do Atlético e dá um recado nada indireto voltado para as eleições de dezembro.
Entre os momentos em que a torcida fez a diferença estão dois ligados diretamente a Petraglia. Em 1997, quando a torcida do Atlético mobilizou-se para protestar contra a punição imposta pela CBF a Petraglia por causa do Caso Ivens Mendes. E outro mais recentemente, entre 2012 e 2014, quando milhares de atleticanos permaneceram associados ao clube mesmo com a Arena da Baixada fechada para as obras da Copa.
Na indicação de outros grandes dirigentes atleticanos, mais algumas cutucadas nada veladas, como a menção a Enio Fornéa e Ademir Adur como parceiros de Petraglia na reconstrução do clube a partir de 1995; a primeira reforma da Baixada encabeçada por José Carlos Farinhaki; e, por fim, a afirmação de que Petraglia foi “apenas um integrante da diretoria liderada pelo presidente Marcus Coelho e Valmor Zimermann” na conquista do título brasileiro de 2001.
Já no fim da resposta, o Movimento diz que Petraglia merece duas páginas na história do Atlético: “uma pelas suas realizações e outra pelos inúmeros episódios negativos causados ao clube e sua torcida”. E o aviso de que ao final do ano, quando Petraglia “fará suas despedidas definitivas como dirigente do Atlético, será lembrado pelo que conseguiu ratificar e mostrar a todos: a força do Povão Rubro-Negro”.
Embora não fale abertamente, o Movimento se refere à eleição. Este grupo deve lançar candidato contra alguém do grupo de Petraglia, que já falou perante conselheiros que não concorrerá a um novo mandato.
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A declaração de Petraglia é exagerada, fora do tom. Ok cobrar que o torcedor se associe, uma das chaves principais para o Atlético mudar de patamar. Mas falar que o torcedor não contribuiu em nada é um erro. Somente a manutenção de um bom nível de associações durante a reforma já serve para derrubar essa tese. E o momento para manifestar essa opinião foi pessimamente escolhido. O torcedor está animado com o time e com a nova Arena. Poderia ser instado a participar mais, porém sem tratar como se o torcedor jamais tivesse contribuído para o que é o Atlético hoje.
Sobre a eleição, os 20 anos de petraglismo mostraram que Petraglia não ser presidente é bem diferente de Petraglia não ter poder dentro do clube. E será possível medir as chances do Movimento Atleticano na eleição a partir do momento que a chapa começar a ganhar forma e nomes.
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