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Para o Paraná, dinheiro de um jogo no Mané Garrincha paga 15 jogos na Vila Capanema

Mané Garrincha, em Brasília: jogo de Copa do Mundo à espera do Paraná. (Albari Rosa/ Gazeta do Povo) (Foto: )
Mané Garrincha, em Brasília: jogo de Copa do Mundo à espera do Paraná. (Albari Rosa/ Gazeta do Povo)

Mané Garrincha, em Brasília: jogo de Copa do Mundo à espera do Paraná. (Albari Rosa/ Gazeta do Povo)

O Paraná deve mandar o seu jogo de Série B com mais cara de Série A fora de Curitiba. O clube negocia a transferência da partida com o Vasco, pela 33ª rodada, para o Estádio Mané Garrincha, em Brasília. O cachê: R$ 800 mil, sem participação na renda, segundo informações da Rádio Banda B.

 

Do ponto de vista financeiro, a proposta é irrecusável. Os R$ 800 mil que seriam pagos pela Federação do Distrito Federal superam o que o clube arrecadou nos 14 jogos que fez até o momento como mandante neste Campeonato Brasileiro. A arrecadação acumulada do Tricolor é de R$ 766.705. O Paraná precisará de mais de 2 mil ingressos vendidos amanhã, contra o América-MG, para, no 15º jogo, superar a marca de R$ 800 mil. Isso falando em renda bruta. Com as taxas e descontos, fica impossível empatar com renda líquida na Vila o dinheiro do jogo no Mané Garrincha.

 

Há, porém, alguns fatores envolvidos na operação. Vamos a eles:

– O Paraná já colocou que espera o resultado dos próximos jogos em casa (América-MG, amanhã e Portuguesa, na terça) para definir a venda. A prudência é correta. O Paraná está seis pontos acima da zona de rebaixamento. A combinação entre sair do jogo da Lusa com uma vantagem para a ZR + venda do mando para o Vasco colocaria o Paraná, na prática, em uma série de três jogos fora (ABC, Vasco e Vila Nova) precisando pontuar bem. Assumiria o risco de voltar para a Vila, dia 11/11, dentro ou na porta da ZR. Aí, o lucro financeiro seria engolido pelo prejuízo na tabela;

 

– O jogo com o Vasco, por enquanto, está marcado para dia e horário ruins. É sexta-feira (31/10), 21h50, para encaixe na grade da televisão. O Paraná tenta, inclusive, levar o jogo para sábado à tarde. A mudança aumentaria o potencial de público, ainda mais se o Vasco vencer os três jogos até lá. Chegaria ao duelo com o Paraná em condições de fechar (ou quase isso) a conta do acesso;

 

– O cachê de R$ 800 mil é alto até para uma Federação que tem sido mão aberta para preencher a agenda do estádio. As cotas partem de R$ 400 mil e passam de R$ 1 milhão, dependendo dos times envolvidos. Dois grandes envolvidos? Casa do milhão. Um grande contra um time sem apelo nacional, de R$ 400 mil a R$ 800 mil, se a expectativa de público indicar que vale o investimento. No caso de Paraná x Vasco, vale principalmente se o jogo for para o sábado;

– Brasília não é a única opção para esse jogo. Há mais duas outras cidades interessadas, uma delas fez contato via Federação Paranaense, que repassou para o Paraná. Não tenho a informação de quais seriam essas cidades. Mas Manaus e Cuiabá, pelo mesmo motivo de Brasília, têm comprado jogos das Séries A e B para ocupar seus estádios. O próprio Vasco já fez dois jogos na Arena Pantanal e um na Arena da Amazônia.

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