Duas das maiores negociações do futebol brasileiro neste início de ano renderão dinheiro ao Coritiba. Porém, o lucro, garantido via mecanismo de solidariedade, será pequeno demais para irrigar o caixa do clube.
Maior compra feita por um clube brasileiro no ano, a aquisição do meia Dudu pelo Palmeiras renderá ao Coxa cerca de R$ 63 mil. O valor equivale a 0,33% dos R$ 19 milhões que o clube paulista pagará ao Dínamo de Kiev, na Ucrânia. O Coritiba tem direito a este percentual porque Dudu passou oito meses (maio a dezembro de 2010, em empréstimo gratuito para a disputa da Série B) no Coxa durante aquele que a Fifa considera o período de formação de um jogador, dos 12 aos 23 anos.
Em 2011, os mesmos oito meses deram direito ao Coxa a receber cerca de R$ 50 mil pela venda de Dudu do Cruzeiro ao Dínamo de Kiev, por 5 milhões de euros.
Sobre Everton Ribeiro, vendido pelo Cruzeiro ao Al Ahli, a participação é maior. O meia jogou no Coritiba em 2011 e 2012, os dois últimos anos do seu período de formação. Com isso, o Coritiba fica com 1% dos R$ 26 milhões a serem desembolsados pelos árabes. Ou seja, R$ 260 mil.
Pouco diante do que o Coxa poderia ter lucrado com Ribeiro. Ele trocou o Alto da Glória pela Toca da Raposa por R$ 4 milhões. Segundo a diretoria do Coritiba da época, foi a única maneira de ter algum retorno financeiro com o jogador, já que ele e seu empresário se recusavam a prorrogar o contrato, que venceria no fim de 2013. Sem a renovação, Ribeiro poderia ter assinado pré-contrato com outro clube no meio de 2013 e deixado o Coxa de graça ao término do vínculo.
O mecanismo de solidariedade é uma maneira de recompensar os clubes que participaram da formação de um jogador – embora, na prática, seja bem questionável falar em formação de um profissional com mais de 20 anos. Pelas normas da entidade, o clube que faz a venda deve repassar os percentuais aos formadores assim que recebe o dinheiro do negócio. Na prática, porém, isso raramente é feito, o que leva a cobrança para escritórios especializados.
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