Vilson Ribeiro de Andrade foi o primeiro presidente a ter as contas reprovadas pelo Conselho Deliberativo do Coritiba. Para ele, uma decisão muito mais política do que técnica, capaz de rachar o Conselhão coxa-branca pela metade.
A contestação do ex-presidente se baseia na principal argumentação do bloco de 78 conselheiros que votaram pela reprovação: a administração não cumpriu o orçamento de 2014, o que levou a um salto significativo na dívida, de 155,7 para 203,3 milhões de reais. O salto, argumenta Vilson, foi determinado pelo reconhecimento e renegociação de dívidas antigas, como uma multa por transferências internacionais do início da década passada imposta pelo Banco Central e débitos com a União que devem ser abraçados pelo Profut. O bolo, porém, inclui dívidas trabalhistas e de tributos da gestão VRA.
As contas de 2014 foram aprovadas pelo Conselho Fiscal e pela auditoria contratada pelo clube para validar o balanço. Vilson pediu que isso constasse da ata da reunião do Deliberativo, bem como que não houve ilegalidade nas contas do clube e que o passivo aumentou por causa das contingências citadas acima. A prestação apresentada pelo ex-presidente também deve o aval de 66 conselheiros, votação apertada que faz ele temer que a divergência leve a um racha e desunião duradouros no parlamento do clube.
Até a publicação do balanço, no fim de abril, o Coritiba deve receber o parecer de uma auditoria independente (leia-se não contratada pela gestão de Vilson) sobre as contas.