Vias acalmadas reduzem drasticamente o índice de mortes em caso de atropelamento de pedestres e ciclistas| Foto:
CARREGANDO :)

O motorista que costuma trafegar pelas ruas e avenidas da região central de São Paulo terá de aprender a dosar o peso do pé direito. Desde o início desta semana, passou a vigorar na capital paulista a chamada Zona 40, que reduziu a velocidade máxima permitida nas vias de 50 quilômetros por hora (km/h) para 40 km/h. Mas a medida, que tem por objetivo aumentar a segurança de pedestres e ciclistas, reduzindo o número de acidentes e atropelamentos na região, não tem motivos para ser comemorada.

Entenda o engodo: a Zona 40 paulistana nada mais é do que uma Zona 30 – política urbanística adotada com sucesso em cidades como Paris, Barcelona e Amsterdã — com uma incrível tolerância de 33%. Com os 7km/h de tolerância, previstos no CTB, a velocidade limite real chega próxima aos 50 km/h. Esse jeitinho brasileiro, que busca equiparar uma CNH ao título de eleitor, faz uma diferença tremenda nas estatísticas. De tolerância em tolerância, a chance de que uma colisão mate o pedestre ou o ciclista é 9 vezes maior quanto mais o ponteiro do velocímetro atinge os 50 km/h (clique no infográfico para ver os detalhes).

Publicidade

Tabu curitibano

Em Curitiba, a Zona 30 vem sendo arquitetada desde 2007. Mas o assunto sempre foi tratado como tabu. A engenheira de trânsito da Urbs Rosângela Battistella diz que esse é um sonho antigo que não encontrou eco nas administrações anteriores. “Espero que, agora, as coisas aconteçam”, afirma.

Ela defende a implantação de um centro acalmado no quadrilátero formado da Inácio Lustosa até a Sete de Setembro e da Mariano Torres até a 24 de maio. Rosângela advoga também pela redução de velocidade nos centros urbanos assim como a elevação no custo dos estacionamentos em vias públicas, destinando a arrecadação para subsidiar a tarifa do transporte público.

Ao que consta, as vozes que defendem a implantação de uma Zona 30 em Curitiba já encontram ressonância no Juvevê, mas ainda não fizeram eco no Centro Cívico.

Publicidade