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Acidentes vitimam 300 carteiros-ciclistas por ano no Brasil

Cerca de 8 mil carteiros usam a bicicleta em todo o Brasil. (Foto: Felipe Baenninger/Projeto Transite) (Foto: )
Cerca de 8 mil carteiros usam a bicicleta em todo o Brasil. (Foto: Felipe Baenninger/Projeto Transite)

Cerca de 8 mil carteiros usam a bicicleta em todo o Brasil. (Foto: Felipe Baenninger/Projeto Transite)

Todos os anos, cerca de 300 carteiros que usam a bicicleta para fazer entregas são afastados em decorrência de acidentes de trânsito, um índice que equivale a uma ocorrência por dia, de segunda a sábado, e representa 3,75% dos acidentes de trabalho envolvendo funcionários dos Correios. Os dados foram levantados com exclusividade pelo blog Ir e Vir de Bike junto a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT).

Para melhorar a segurança dos carteiros que pedalam, a empresa está na fase de elaboração das especificações técnicas para dar início ao processo de aquisição de capacetes e luvas, que deverão ser disponibilizados aos empregados ainda neste ano.

Selo comemorativo aos 350 anos dos Correios: bicicleta é parte dessa história. (Reprodução/ECT)

Selo comemorativo aos 350 anos dos Correios: bicicleta é parte dessa história. (Reprodução/ECT)

Quase um símbolo dos Correios, as bicicletas amarelas são a ferramenta de trabalho de cerca de 8 mil carteiros em todo o Brasil, o que representa cerca de 15% do efetivo da empresa. Calcula-se que um quarto das entregas diárias realizadas pelos Correios no país sejam feitas através de bicicletas.

Com a bolsa azul a tiracolo, os carteiros pedalam quase 100 mil quilômetros todos os dias por ruas e estradas nos quatro cantos do Brasil para levar de porta em porta cartas e os mais diversos tipos de encomendas. A frota atual da empresa é de 22 mil bicicletas e cada carteiro percorre, em média, 16 quilômetros por dia.

Carteiros ciclistasEmbora oficialmente os Correios garantam que todas bicicletas utilizadas pelos carteiros sigam as normas determinadas Código de Trânsito Brasileiro (CTB) — espelho retrovisor do lado esquerdo; campainha metálica e sinalização noturna na traseira, dianteira, laterais e nos pedais – a realidade vivida pelos trabalhadores é bem diferente.

“O maior problema hoje é que as bicicletas estão sucateadas. Isso é ruim pois compromete a segurança do trabalhador e pode causar acidentes” afirma o carteiro Wilson Dombrovski, que é secretário de imprensa do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR).

Segundo ele, no Centro de Distribuição Domiciliar do Bacacheri, onde trabalha, das seis bicicletas disponíveis apenas uma oferece condições de uso e, ainda assim, não tem nenhum dos itens de segurança obrigatórios.

“A bicicleta é uma ferramenta de trabalho do carteiro. Cada um tem um distrito postal para percorrer diariamente e a bicicleta otimiza essa tarefa, principalmente nos bairros e municípios da região metropolitana”, avalia. Dombrovski garante que o sindicato tem cobrado dos Correios melhores condições na manutenção das bicicletas, mas reconhece que o assunto não é prioritário na pauta de negocições.

Segundo os Correios, a utilização de itens de segurança é facultada à empresa. “De acordo com o Código Brasileiro de Trânsito, não há obrigação de utilização de itens de segurança para ciclistas, constando apenas obrigações relativas ao veículo (bicicletas)”, justifica a empresa, através de nota de sua assessoria de imprensa.

Embora a estatal não tenha estatísticas apontando a principal causa dos acidentes envolvendo carteiros-ciclistas,  os trabalhadores dizem os motivos mais comuns para o afastamento são as quedas e atropelamentos. Não há dados sobre o índice de fatalidade desses acidentes. Segundo os Correios, para tentar aumentar a segurança dos usuários de bicicleta, a empresa oferece um treinamento no local de trabalho aos empregados ciclistas.

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