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Araucária é derrubada no Centro Cívico. Em seu lugar serão plantados Xsaras, C3 e C4 Pallas
| Foto:
Jonathan Campos / Gazeta do Povo
Enquanto uns pedem “menos carros e mais bicicletas”, outros querem “menos árvores e mais carros”.

Curitiba está na contramão da história. Enquanto o mundo todo planta árvores para mitigar a emissão de CO2 que sai dos escapamentos dos veículos, nossa ex-Capital Ecológica derruba árvores para dar lugar a uma nova concessionária.

Na manhã de hoje, a cidade ficou mais feia. Na rua Mateus Leme, na altura da igreja do Divino Espírito Santo, no Centro Cívico, uma araucária centenária foi derrubada. No local, será construída uma concessionária de veículos da marca Citroën.

Um belo exemplo de como Curitiba, de fato, deixou para trás a marca de “Capital Ecológica” para se tornar a “Capital dos Carros”. Não é a primeira vez que árvores vem a baixo, praças são mutiladas e pessoas perdem espaços para dar passagem aos carros.

O momento do crime foi gravado pela câmera de um celular e postada pelo internauta Lucas Schramm em seu perfil do Facebook. Em poucas horas o vídeo foi distribuído de forma “viral” e teve centenas de compartilhamentos e comentários de cidadãos revoltados com a situação.

Indignado com a situação e exercendo meu direito (e dever) de cidadão, registrei um pedido de informações na Central 156 (prot: 000162399i), questionando se havia autorização para derrubada na árvore. Se sim, com base em que? Também protocolei uma denúncia na ouvidoria do Ministério Público do Paraná para a Promotoria do Meio Ambiente (Atendimento: 3323/2011/Código da Consulta:24356).

Provavelmente a resposta, se vier, será a de que a árvore “estava doente” e representava uma potencial ameaça de queda colocando em risco a segurança da coletividade. Ou então, de que a empresa teve autorização para derrubar a árvore e deverá plantar outras duas em algum outro lugar.

Para dar lugar aos carros, atropela-se as leis ambientais, que protegem a espécie símbolo da nossa terra, considerando-a imune a cortes. Cai uma araucária e em seu lugar é feita uma plantação de máquinas poluidoras, velozes e furiosas. Não é exatamente a árvore quem está doente.

Também vale lembrar que, em 2008, a mesma prefeitura multou três cicloativistas por pintarem uma ciclofaixa na Rua Augusto Stresser. A alegação foi a de (pasmem!) crime ambiental.

A infração aconteceu durante um protesto no Dia Mundial Sem Carro de 2007, 22 de setembro. A multa, que hoje ultrapassa os R$ 3 mil, é contestada na Justiça pelo grupo. O caso deve ser encaminhado em breve ao Tribunal de justiça do Paraná (TJ-PR).

ACN
De “Capital Ecológica” para “Capital dos Carros”, Curitiba vai na contramão da história.

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